quarta-feira, 17 de março de 2010

Amante da Lapa


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim como em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

                                                                                                       Ricardo Reis, Ode (1933)


Ontem tive um dia tão corrido que não consegui escrever uma nota sobre o falecimento de um personagem marcante da Lapa: o Gaúcho, ou Sérgio Silveira para os íntimos.


Elegantíssimo, Gaúcho foi testemunha ocular e eternizou milhares de momentos felizes na noite da Lapa. Além de fotos, ele gostava de contar a história do bairro, com saudosismo e reverência. Porém, nos últimos dias de vida, Gaúcho foi visto semi-nu, andando com o olhar perdido pela Gomes Freire. Assim como Gaúcho, o bairro  - que chamo de meu, também mostra sinais de abandono em suas ruas esburacadas, em prédios invadidos, nos lixos espalhados pela rua. É uma pena que aqueles que nos governam não aprenderam com Gaúcho a amar a Lapa.



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