terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A promessa do paraíso

O shopping é uma fábrica de necessidades. Se bobear, você sai de lá com fabulosas tranqueiras que nunca sonhou existir, mas que por um momento de distração alguém te convenceu de que nunca poderia viver sem aquilo. Imagina isso elevado à décima potência?

Hoje recebi na minha casa um senhor simples e muito feliz que antes mesmo de dar inicio ao trabalho de instalação para o qual foi contratado, chegou dizendo que trouxe um presente pra mim! Ele me deu uma latinha de energético e tirou da bolsa vários produtos para me apresentar: bolas amarelas que me deixaria cinco anos sem comprar sabão em pó. Um produto anti-rugas que em dois minutos teria eliminado os pés de galinha de uma das namoradas dele - sim: ele tem duas! Depois de tantos outros produtos "sensacionais", me garantiu que ele não vende nada. A loja dele vende, me entregou um panfleto que, além da propaganda da loja dele ensinava como era fácil abrir  a minha, bastava que eu pagasse a bagatela de 700 reais.  Empolgado ele garantiu que prefere muito mais que as pessoas abram as suas próprias lojas. Assim, ele ganha em cima delas e das outras pessoas que abrirão lojas em seguida. Então ele passou a contar muitas histórias - de quando visitou William Boner, Renato Aragão e outros famosos e pessoas importantes como desembargadores que estão abandonando o trabalho porque as oportunidades da Polishop lhes rendem muito mais. Até o rei - Roberto Carlos - faz shows nos navios enormes que levam os "diamantes da polishop", ostentou orgulhoso.

Felizmente eu precisava sair e o deixei trabalhando. Quando voltei, pouca coisa do trabalho que ele veio fazer estava pronto. Pedi uma comida disposta a conversar um pouco com ele, mas ai ele ligou para um "amigo" e passou o telefone pra mim.  Sem a menor disposição, ouvi  o testemunho de um ex-personal que hoje ganha 9 mil reais BLÁ BLÁ BLÁ. Agradeci e desliguei. Ai foi a hora de falar com aquele simpático senhor.

Perguntei se ele sabia sobre as condições de trabalho nos países do ocidente. Como a resposta foi negativa, comentei o que vi nessa reportagem:





Depois apresentei pra ele o site aliexpress e comparei alguns produtos da loja dele com as desse site.

Em seguida perguntei: 


- Se eu e você podemos comprar nesse site e pagar menos de um quinto do valor, qual a margem de lucro que empresas como a Polishop tem? Comprar por esse site parece tentador mas tem um pequeno problema....

estimula a produção escravista ocidental!

 e ele arrematou:

- se uma empresa vende muito, ela está financiando o trabalho escravo em grande porte.

- Está? Respondi. - Eu não sei. Isso é um trabalho para os investigadores e para o senhor descobrir. Eu só acionei o seu senso crítico.


Que ele ficou com uma puguinha atrás da orelha, não tenho dúvida. Também não duvido que você que leu esse post deve ter ficado. Então que tal investigar também? 

sábado, 1 de novembro de 2014

Aos alienadores: a lei

A morte inventada é um documentário necessário para quem tem filhos. Mesmo para casais que não tiveram mas pretendem ter. Inclusive para aqueles que não pensam em se separar. Para que pai e mãe façam um pacto, de aconteça o que acontecer, irão proteger as crianças da síndrome da alienação parental.

É humano se ressentir quando um dos lados rompe o compromisso firmado na união. Mas fazer dos filhos o alvo da vingança de frustrações do casal é tão nocivo para a criança (e para os pais) que vale a pena ouvir depoimentos de quem viveu o problema pra refletir sobre as consequências de fazer a criança acreditar que o pai ou a mãe não presta.


A distância, física e emocional imposta por quem detém a guarda é severamente impactante. Então, caso a síndrome se estabeleça, cabe ao que não detém a guarda ter coragem para enfrentar o problema. Como aconselha algumas vítimas de alienação entrevistadas: 


"Não fuja da luta: esteja presente! Mesmo que seja difícil. Mesmo que o fantasma da perda te assombre. Mesmo que você sinta raiva mortal de quem detém a guarda, não abandone o seu filho ou a sua filha!"


E aos que detém a guarda: se você é uma mãe maravilhosa ou um pai sensacional, mas atrapalha a relação dos filhos com o pai ou com a mãe, no futuro você tem grandes chances de ter filhos emocionalmente problemáticos e perder toda credibilidade quando seus filhos descobrirem que você mentiu. Um homem que não foi bom como marido, pode ser um excelente pai. Uma mulher que falhou como esposa, pode ser uma mãe maravilhosa. E para os filhos isso é muito bom.


O documentário destaca a crueldade da  falsa acusação de abuso sexual. Essa e outras estratégias que criam fatos inexistentes, promove a construção da falsa memória fragilizando a personalidade do sujeito em formação. 


Para o alienador que acusa injustamente a penalidade prevista é a perda da guarda. Então cuidado com os advogados, ou outros influenciadores, inclusive você, que te convencem de que mentir é a melhor forma de distanciar a criança do pai ou da mãe.


A interação entre pai e mãe é um bem precioso que deve ser garantido após a separação. Mesmo que exista um terceiro elemento: padrasto ou madrasta. 


A reconstrução emocional após a dissolução da família, que já costuma ser dolorida, é muito mais fácil quando a criança percebe que mesmo após a separação ela continua amada pelo pai e pala mãe. Quem detém a guarda deve facilitar o convívio. Estimular o respeito e liberar a criança para se sentir feliz mesmo estando longe, promove uma deliciosa sensação de segurança afetiva. Algo que queremos para os nossos filhos. Não é mesmo?  




quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ciência e arte: o desenho promovendo a aprendizagem da ciência

Como professora de ciências, também  proponho atividades de desenho aos meus alunos. Mesmo os que dizem que não gostam de desenhar, mas se propõem a cumprir a atividade proposta, costumam se surpreender com o resultado.  Essa semana eu propus que meus alunos do sétimo e oitavos anos desenhassem grupos de animais ou estruturas do corpo humano. 

Quatro motivos para essa proposta:

- facilitar a aprendizagem, uma vez que exige concentração e atenção. 

- convidar à novas descobertas porque ao olhar com atenção, percebemos detalhes que passariam despercebidos.

- apreender a matéria por mais tempo porque na hora da prova as questões podem estar associadas ao registro. 

- Familiarizar com os nomes e a forma das estruturas

Enfim, como me disse um aluno:


"Acho muito legal desenhar, porque essas aulas que são só falar, falar, falar, tem hora que escapa. Sei lá, é um momento que a gente fica sossegado pra entender."



domingo, 7 de setembro de 2014

Desafio para Marina Silva

Cara candidata, hoje assisti e, por achar que valia muito a pena, compartilhei no meu face esse vídeo:

Depois fiquei pensando que antes de falar com tamanha coerência você deve ter orado ao seu Deus - que também é meu - e pedido sabedoria. Espero que continue fazendo isso, principalmente se for eleita. Você vai precisar de muita sabedoria para enfrentar os problemas do nosso país, sobretudo na área que mais promove o crescimento social, econômico, ambiental..: a educação.

Te desafio Marina, a fazer um compromisso. Se fizer eu voto em você e tenho certeza de que milhares de educadores e pessoas que valorizam a educação farão o mesmo. Se comprometa à unificar o salário dos professores de todo o Brasil com o salário de um professor universitário federal. Parece loucura, mas dinheiro existe para isso: se alguém disser que os recursos não são suficientes, exija que eles sejam transferidos de obras superfaturadas, por exemplo.

Todos os outros candidatos falam em seus discursos sobre a importância dos educadores. Mas nenhum deles prometem remunerar MUITO bem os professores que atuam nas escolas públicas: desde os que trabalham com os mais novos até os que formam doutores. Garanto que isso promoverá uma grande revolução no ensino, com impacto para os tubarões gestores das escolas privadas . Não é só isso o que importa, todo o restante das propostas que já foram feitas por sua equipe são bem-vindas, mas o compromisso com a garantia de um salário digno para todos os que estão em sala de aula ou dando suporte aos que estão já é um grande começo. E aí, topa o desafio?

De boas intenções o legislativo está cheio

Dilma acaba de aprovar uma lei proposta por Cristovam Buarque para estimular a formação de público do cinema nacional. As escolas públicas agora serão obrigadas a garantir que cada turma assista por mês pelo menos duas horas de filmes brasileiros. Eu deveria estar comemorando isso porque trabalhei muitos anos promovendo sessões no cinema para  escolas públicas e particulares - no Cineapreender de BH e no Grupo Estação no Rio de Janeiro. No entanto, estou apreensiva: o que acontecerá se os autores resolverem processar as escolas pela sessão não autorizada dos filmes deles? Ao contrário do que muita gente pensa, a exibição pública de um filme sem o consentimento do dono - ainda que seja dentro de uma instituição de ensino -  é ilegal.

Mesmo que um autor compreenda que a sessão de seu filme na escola é uma contrapartida para o uso de dinheiro público, não estou convencida de que essa lei seja uma boa ideia. O próprio autor da lei reconhece que muitas escolas não dispõem de equipamentos adequados para garantir a qualidade das imagens e dos sons. Vale lembrar que em cadeiras desconfortáveis, iluminação inadequada e barulho, mesmo um filme excelente pode se transformar em uma obra tosca. Assim, que público iremos formar? Corremos o risco de reforçar a ideia de que o cinema nacional é inferior e não é isso o que queremos!

Caso os nossos legisladores realmente se sensibilizassem com a formação de público para o cinema brasileiro, ou ouvissem os especialistas, teriam proposto, por exemplo, a liberação de verbas para projetos pilotos. Neles, profissionais capacitados iriam promover em parceria com educadores interessados várias sessões no cinema - que é o lugar para ver bons filmes. Essas turmas experimentais seriam avaliadas ao longo do ano a fim de qualificar o impacto dessa experiência para a aprendizagem. Caso a experiência fosse de fato pedagogicamente impactante, mais recursos seriam canalizados para ampliar o projeto para todas as escolas públicas.

No modelo francês, os recursos públicos voltados para o cinema são divididos em três partes e destinados às três áreas: produção, exibição e formação de público. No Brasil, os recursos destinados à produção geralmente beneficiam os produtores que menos precisam. Os exibidores que sobrevivem estão nos shoppings apostando as fichas no cinema americano. Já o formação de público só existe graças à militância de profissionais que trabalham como aquele passarinho que tenta apagar o incêndio na mata.

Enfim, é preciso enfrentar o problema com mais disposição ou então teremos mais uma lei que não serve pra nada, ou pior, que resultará no oposto do que ela se propõe: "contribuir culturalmente para a formação social, a possibilidade de educar a criança para um olhar sobre a realidade brasileira, sobre o cinema brasileiro".
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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Os sem escolas

O alto custo das mensalidades escolares, o obsoletismo do ensino, o alto índice de violência e a falta de abertura para o diálogo são algumas das razões de as famílias saírem das escolas particulares em  busca de novas alternativas para a formação de seus filhos.

Algumas famílias migraram para as escolas públicas e encontraram um fôlego no  processo de endividamento e podem até se surpreender com a qualidade da estrutura da escola e com o bom nível dos professores. Entretanto, existem famílias que, ao se sentirem economicamente aliviados, largam as crianças ao Deus dará. Conheço casos de escolas - na zona sul do Rio de Janeiro - que estão sem professores de português desde o início do ano - escrevo isso em setembro! - e que as famílias não fizeram nem um barulho por isso. Me pergunto: será que os alunos não comentam nada em casa. Se comentam, os pais não ouvem ou não se incomodam?

Algumas famílias decidem pela desescolarização assistida: um grupo se organiza, os membros da família assumem o papel de professores ou um educador ou vários profissionais contratados orientam o estudo das crianças e dos adolescentes. Geralmente as aulas acontecem na casa de um dos participantes ou as crianças podem migrar para diferentes espaços - incluindo bibliotecas e centros culturais. Esse vídeo fala sobre isso - infelizmente não encontrei nenhuma versão legendada para ele, mas mesmo assim, vale a pena ver:



Penso que independente da modalidade do ensino,vários fatores estão envolvidos na formação de um sujeito preparado para criar, atuar e assumir responsabilidades no mundo. O "ser sincero e desejar profundo", cantado por Raul, se aplica para cada sujeito envolvido nesse processo.  Educadores - pais e colaboradores inclusive, junto com cada educando precisam querer e perseguir o aprendizado, de preferência com alegria. No vídeo abaixo, um adolescente que optou por viver fora da escola tradicional, mas dentro de um intrincado mecanismo de aprendizagem, explica como é possível ser feliz de um jeito diferente daquele que a maioria das crianças enfrentam em seus cotidianos onde a criatividade não costuma ser valorizada. Veja, reflita e escreva para mim. Vou adorar ler e compartilhar aqui o que você pensa sobre esse assunto!



terça-feira, 26 de agosto de 2014

A missão de cantar e contar histórias


Como contadora de histórias, tenho diversas metas: despertar a curiosidade pelo fantástico, aguçar o desejo pela leitura, encorajar cada criança a ter a ousadia de participar ativamente das nossas dinâmicas, promover oportunidades para que a criança expresse a coragem dos heróis e a graciosidade das princesas, assistir o encanto nos olhos (inclusive nos olhos dos adultos que deixam escapar aquela doce vontade de brincar para viajar no tempo e soltar o menino e a menina que eles guardam)...  Enfim, as crianças participa o tempo todo nas minhas apresentações e é lindo quando os mais tímidos se soltam, não pela pressão, mas pelo relaxamento que experimentam ao perceber que estão entre amigos. 

Escolho meus músicos e os demais integrantes da Cantar e Contar pela sensibilidade. Além de talentosos, eles precisam ser do bem e ter a capacidade de conectar com a infância, não de modo caricato, mas pela verdade. 

Quando sou contratada para eventos, festas e escolas, tenho muitas experiências únicas, como a chance de ver uma criança ficando em pé pela primeira vez ou comendo o seu primeiro brigadeiro. Não tem preço ouvir mães falando com lagrimas nos olhos que nunca imaginava assistir a filha em um palco, tamanha timidez daquela criança. Também é incalculável o prazer de receber abraços apertadíssimos e cartilhas carinhosas. 

Apesar de toda essa diversão, só em ocasiões em que há algum tipo de parceria ou permuta, aceito trabalhar sem o cachê. Além de valorizar o trabalho que faço, fruto de muitos investimentos - financeiro e intelectual - que me mantém longe de casa e de tantas outras obrigações; tenho um compromisso com os outros artistas que trabalham comigo e que dependem desse prolabore. 

Portanto, se você quer contratar a nossa equipe, saiba que temos um compromisso de fazer valer cada centavo. A nossa missão é só uma: encantar a todos!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Para quem se interessa pelo professor

Por acaso você sabe quanto o professor do seu filho recebe? Se a resposta é não, pergunte. Na próxima reunião, sobretudo se algum chefe ou "gestor" estiver presente - ouça com atenção a resposta. Se possível faça algo mais. Quando esse dado passar a interessar as famílias, a ponto de determinar a escolha da escola, a educação do nosso país dará um enorme salto.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Aos contadores de história, com carinho

Quando conto uma história, falo de mim. Conto como se eu fosse o outro de quem falo. Me introduzir na história do outro exige de mim ainda mais carinho e cuidado: com a história e com o público.

Tenho como referência contadores de histórias de peso, como Bia Bedran e Roberto Carlos e tantos outros encantadores mentirosos de carteirinha. Para convencer, eles se apropriam da história de tal maneira que na medida em que a narrativa vai sendo desfiada, ela deixa de ser mentira e as crianças, de todas as idades, acreditam profundamente e reagem aos fatos narrados como se fosse uma questão de honra. Gosto de viajar nas carinhas de sufoco e de alegria que os contadores conseguem imprimir no público ao longo da contAção. Admiro especialmente os que contam apenas com a oralidade e, mesmo tendo apenas a palavra como ferramenta de trabalho, competentemente seduzem, mantendo o público amarrado no fio da história.

Não é atoa que as crianças querem abraçar os contadores no final - eu acho essa a melhor parte do meu trabalho. A experiência estabeleceu um contato íntimo de tamanha cumplicidade e descobertas que o abraço é a catarse, a prova de que, bem ali existe uma amizade real. Se a criança se deparar com o livro da história que um dia ela ouviu, certamente se lembrará da voz e do cheiro da contadora ou do contador que gentilmente a conduziu por aquele sonho. É possível até que aquelas histórias e as sensações que os contadores despertaram fiquem guardadas para sempre, eternizando a infância! Já pensou?  Se isso for possível, tenho a melhor profissão do mundo!

          Para ter uma contadora feliz em sua escola ou na sua festa, escreva para silvania.paula.santos@gmail.com ou ligue para 992653105.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Nossos mestres não ensinam como os de lá

 "Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende."
                                                        João Guimarães Rosa


Os franceses simplesmente não acreditavam que eu não falava inglês. Eles estão acostumados com um sistema diferente de educação onde todo mundo tem proficiência de pelo menos três línguas.  Primeiro me senti analfabeta, mas depois refleti: porque as escolas brasileiras não dão conta de preparar os alunos para  falar, e bem, pelo menos o inglês?  Até naquelas escolas consideradas de excelência, com mensalidades altíssimas, os alunos econômica e/ou culturalmente favorecidos costumam fazer cursinhos de inglês.  

Talvez eu tenha uma pista. O meu amigo que trabalha em uma escola em Paris me contou que lá as crianças estudam no período integral por 45 dias e depois folgam outros 15.  Além disso, as férias duram dois meses! Quando eu perguntei o que os pais faziam com as crianças, uma amiga foi precisa: eles se viram!  

Então fiquei imaginando os pais planejando uma lista de atividades para ocupar os filhos. Músicas e filmes devem estar no topo da lista! Assim, ouvindo canções e através da janela magica, as crianças descansam da chatice da escola - porque vamos combinar, sabe ser chata - e, pasmem: elas continuam aprendendo! Sem falar nas viagens. Segundo os meus amigos, os franceses economizam o ano todo para viajar. Os recessos permitem que os professores também viagem, leiam, se energizem. 

A lição parece simples: professor tem que trabalhar pouco e ganhar bem para ter tempo, disposição e acesso. Um esforço coletivo para que os mestres possam aprender e, consequentemente fazer o sistema educacional funcionar, sem muletas.

Pelo ensino a distância você poderá fazer o curso de Empreendedorismo, que abrirá novos horizontes profissionais para quem deseja entender melhor qual o significado dessa palavra tão utilizada no ramo dos negócios e sonha em se destacar no mercado de trabalho, através da abordagem de temas como o poder, a busca de oportunidades, o planejamento, entre outros assuntos relevantes. Carga Horária: 30Hs Nº de Vídeo Aulas: 12 Período de acesso: 30 dias. COM CERTIFICADO
Enquanto isso, no Brasil, quanto mais a criança estiver na escola, mais os políticos e a sociedade gostam: a impressão que dá é que ninguém suporta essas crianças em casa ou que se os pais ficarem com os filhos eles irão perder a produtividade. Será que nossos meninos, meninas e professoras merecem ser esgotados desse modo? Como vão conseguir brilhar com tanta sobrecarga? Que horas os pais brasileiros vão se virar? É isso mesmo gente, se vira! Chega de delegar seus filhos para a escola! Ou então aguenta essa situação sofrível em que vivemos! Quando os professores vão ter tempo e grana para, como os cidadãos do mundo,  preparar decentemente seus educandos? A minha geração não viu isso e hoje queima a cara de vergonha. Os nossos filhos também passarão esse vexame?

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Quem avisa amigo é: British Airways é um fiasco!

No último dia 14, viajei para Paris usando aviões da British Airways. Na ida, quase congelei no avião, mas o pior foi ficar mais de 12 horas no assento 50 - onde depois não há mais ninguém e a cadeira não inclina como as demais. A área do passageiro também não permite que ele se incline para frente, como orienta o manual de segurança. Será que os órgãos reguladores não vêem que a ganância dessa companhia aérea, na busca de ocupar todos os espaços possíveis e impossíveis, compromete a segurança dos tripulantes?
Na volta, mais fiascos. O intervalo entre uma refeição e outra é enorme. Quando chegou o jantar eu estava faminta e pedi uma massa: simplesmente intragável. Solicitei à aeromoça que trocasse e ela disse que eu teria que esperar que preparassem outro prato... já estávamos chegando no Rio!
Mas o pior mesmo foi na chegada: depois de uma péssima manobra de aterrissagem e da  longa espera em frente à esteira, descobri que a minha bagagem não havia chegado de Paris, mas me garantiram que eles enviariam para a minha casa no outro dia. Estranhamente, no comunicado oficial só havia a notificação de uma das malas, mas eu havia enviado as duas e nenhuma delas estava ali!
Resultado: dois dias se passaram e até agora as malas não chegaram. Nas raras vezes em que o telefone não está ocupado, ninguém atende nos números que estão na ficha que eles me deram. Não recebi nenhum telefonema para esclarecer o fato. A chave da minha casa estava na mala: imagina o transtorno. Vários documentos e o material de trabalho como contadora de histórias também estão nas malas. A perda desse material será incalculável porque envolve anos de pesquisa e dedicação para montar o acervo. Além é claro de tudo o que eu levei na viagem e as coisas que comprei. Estou vivendo uma tensão completamente desnecessária graças à essa companhia que me desrespeitou como cliente em diversos aspectos. Você não vai querer correr esse risco, vai?

A suitcase on a baggage belt.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Amigo Sol

Aqui o sol é rei e as pessoas ficam como pinto no lixo quando podem sentar no gramado e sentir o calor do astro. Na sombra tem feito frio, pelo menos pra mim que sou absurdamente friorenta. Os normais estariam amando o frescor parisiense. Mas não me queixo. Alias, optei por programas diurnos e floridos. Amanhã eu conto sobre os parques que visitei. Agora preciso recuperar as forças!



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Entre a preguiça e as delícias francesas

Estou de férias. Então acordar às dez da manhã não é pecado. Embora eu me culpe por desperdiçar a manhã na cidade Luz. Depois relaxo: aqui o sol está se pondo após às nove da noite! Quando escurece, fico quietinha em casa com meus queridos amigos: Ludo, Rodrigo e Lili. Eles me acolhem e me alimentam com o que há de melhor para o corpo e pra alma.

Pelo menos foi isso o que fiz até hoje, mas ainda quero desfrutar a noite parisiense, visitando teatros, assistindo o espetáculo de luzes, sentando em um café bem charmoso ou simplesmente caminhando.

Agora já passa de meio dia e eu estou no metrô. Nada de muito interessante além de ouvir gente falando diferentes línguas. Babel é aqui! No caminho, aproveitei para fotografar a rua Daguerre, onde estou hospedada.

Queria compartilhar com vocês todas as delicias, expostas na rua, ao alcance de todos, ou melhor, dos que portam euros, fome, disposição para gastar... ou pessoas como eu, simplesmente interessadas a capturar imagens que vão memorizar bons momentos dessas férias surpreendentemente fabulosas.

Deliciosas....






Com a google-bússola em Paris

Minha aventura hoje foi em La Villet. Para chegar, consultei meu amigo Google. Ele me deu o mapa e um roteiro, mas não avisou que aqui, em algumas estações, só embarca quem tem os tickets do metro. Aprendi que é bom comprar pelo menos dez bilhetes de cada vez e comprar mais ates que terminem! Na hora de usar a maquina, você pode usar o cartão de credito se preferir, mas a Dilminha te cobra seis por cento se vc fizer isso.

Consultar a bússola digital tornou as coisas muito mais fáceis, mas eu preferia que no mapa do Google tivesse uma frase simples assim: caminhe dentro da estação quando você descer em Gare du Nord e depois desça na estação Ourcq. Acabei descendo em Picasso, mas contei com duas generosas senhoras que calmamente me direcionaram de volta ao trajeto. Perdi um bilhete mas aprendi a interpretar o mapa!


Museu da música com pequenos franceses sussurrantes

Ao chegar na cidade da música, desembolsei 7 euros para visitar o museu que para mim era o mais importante.

Ao chegar, recebi um aparelho com fone onde é possível digitar o numero correspondente e ouvir explicações ou a execução do instrumento identificado.  As vitrines separavam as peças pelo período histórico, por grupos (instrumentos de cordas, por exemplo), ou por tipos de composições coletivas. Alguns instrumentos não estavam encapsulados por vidros, por isso ficam mais fotogênicos. Era raro encontrar alguma peça que pudesse ser tocada. Mesmo assim foi uma experiência intensa!

A visita foi coroada com um belíssimo concerto didático com uma contrabaixista fofa - não consegui descobrir o nome dela. Essa instrumentista tocava belamente e depois discutia com as crianças aspectos instigantes dos sons que foram emitidos, fazendo com que os pequenos percebessem, por exemplo a diferença de tempo no uso do dedo ou do arco, a relação entre a angulação dos dois tipos de arcos que ela trazia e a força do som que eles emitiam, o uso da partitura, o trabalho em equipe dos instrumentos na orquestra. Ela permitia que as crianças fizessem perguntas, tocassem nos objetos de demonstração como as cordas que emitem sons graves e agudos.  Por último sugeriu que os alunos observassem a diferença do som após o uso da resina.  As crianças ouviam com muita atenção: as crianças francesas sussurram! Caso contrario eram firmemente apreendidas por seus responsáveis. Uma criança que estava na minha frente ganhou um cascudo! Ela estava no grupo da escola. Teria sido a professora?  Ai que susto!







quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os sem línguas

Esqueci de contar pra vocês que no aeroporto Tom Jobim, ao fazer o checkin da minha passagem para Londres, descobri que não existe o botão "português" naquelas máquinas que foram criadas para acelerar o processo do embarque. Fiquei sem entender a razão, de no território brasileiro, a língua pátria  não ser uma opção.

 Será que eu sou a única brasileira com restrições de leitura em línguas estrangeiras? Não creio. Quantos brasileiros estão viajando hoje, ainda que não tenham tido a chance de estudar em escolas bilingües, ou não tenham vivido experiências de  intercâmbios, nem tiveram professores de línguas em cursos particulares?

 Porque fingir que essas pessoas  não existem? Vergonha nacional é a educação que a maioria dos brasileiros têm acesso e não essas pessoas que corajosamente enfrentam suas limitações e ajudam a manter a industria do turismo, movimentando milhares de dólares.  Onde estão as autoridades que deveriam garantir a inclusão da nossa língua no território brasileiro e criar programas de tradução em prol da cidadania do turista no Brasil e no exterior?

Eu viajo sim, sem medo ou vergonha por não dominar esse ou aquele idioma. E quando digo que sou brasileira, costumo ser brindada com um sorriso. Linguagem essa em que todos os povos se entendem!


Mutilados

"Todo mundo ama, todo mundo chora... e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz."
                                                                                                              Renato Teixeira


A França possui um dos mais altos índices de suicídios do mundo. Uma cidade simplesmente linda, com invejável solidez nos direitos trabalhistas e na qualidade de vida deveria ter gente mais feliz.

Pensar sobre isso me fez lembrar de uma aluna que recentemente publicou uma foto em que levava a crer que ela havia feito cortes em diversos locais de seus braços. Transitando pelas quadradas ruas de Paris, onde apesar de estarmos no verão, o frio cortava a pele, contemplando seus castelos, fiquei pensando nos motivos que leva uma menina linda, que também vive em um mundo de fantasias, a mutilar o corpo? Seria a dificuldade de aceitar quando alguém lhe nega um objeto de desejo? Seria a imaturidade que a fixa em um lugar restrito onde ela não consegue enxergar muito adiante? Seria uma tentativa de deixar de ser invisível? Ou teria ela perdido algo tao importante que decidiu sinalizar na carne que a vida não faz muito sentido?

Como fazer com que essa menina e tantas outras pessoas, inclusive os franceses, se vejam como pessoas que valem mais do que um capricho, mesmo quando é algo importante como um emprego? Como fazer com que elas saiam de seus quarados e percebam que um não pode ser uma oportunidade de conquistar algo maior no futuro e que o sentido da vida é simplesmente seguir em frente, sem pressa?

terça-feira, 17 de junho de 2014

Paris entre amigos




Amigos de verdade nos levam para viajar nos mais belos sonhos.  Rorigo e Lili, adoráveis brasileiros que vivem na França, amigos de longa data, têm sido meus anfitriōes, tradutores, guias, educadores e deliciosas fontes de alegria. Com eles é melhor sentir e comprar perfumes,  desfrutar as texturas arquitetônicas e ouvir as belas cançoes brasileiras e francesas. Estou incentivando os dois para que eles, prodissionalmente, atuem recepcionando brasileiros. Afinal, eles säo bons nisso!!!

Na caminhada de hoje me deparei com uma placa que homenageava um brasileirinho famoso: Santos Dumont. Essa placa me instigou nessa homenagem para os meus brasileirinhos!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Perdida em Paris

Visual do jardim do Trocadero e da Torre
Existe um lugar maravilhoso para se perder: Paris. Felizmente tenho um péssimo senso de direção e por isso dei muitos giros pela cidade; cabelo ao vento, a pé ou de bike, sentindo o sedutor cheiro do café. Na praça Trocadero me joguei na grama e chorei de saudade e de felicidade: alma lavada, montei no meu cavalo prateado e voltei para casa - mas antes dei voltas e mais voltas... Ainda bem que o sapato era Riva!




quarta-feira, 11 de junho de 2014

Rumo à Paris para cantar, contar, fazer amigos e aprender muito

As coisas acontecem quando mais esperamos. Há tempos eu e minha trupe cantamos e contamos pelas festas e escolas da cidade maravilhosa. Nesses trabalhos, os cancioneiros populares e deliciosas músicas que encantam gerações no Brasil fazem todo mundo sacudir o esqueleto e soltar a voz, sem medo de ser feliz. Do mais tímido ao mais atrevido, não há quem escape! Porque música contagia e agrupa, diverte e sacia a alma. Nas festas, nas escolas, nas praças e centros culturais chegamos de mansinho. Nada de barulheira... exceto na hora em que o jacaré se esconde e no show da nossa mega banda de instrumentos imaginários. As canções e as histórias são cuidadosamente escolhidas de acordo com a demanda da escola ou o estilo do aniversariante porque a nossa meta é conquistar o público para fazer dele um grande coral. Geralmente o espetáculo dura uma hora e meia - tempo suficiente para propor exercícios de relaxamento, aquecer a voz, contar uma bela história e seguir no fio dela executando as canções do nosso repertório - que se mantém aberto às participações do público. É assim que todos incrementam o nosso trabalho e o personaliza: sempre novo de novo.  Mas dependendo da animação da galera, a gente vai ficando... Afinal, "ando devagar, porque já tive pressa....". E de tanto andar, estou indo pra França pra cantar e contar lá, como faço aqui. Espero abrir caminhos para voltar com toda a minha equipe que inclui pessoas de competência notável como Heder Braga, Rogério Lopes, Damião Luis Dionísio, Denise Brito, Ivan Oliveira, Míriam Teixeira, Gabriela Massa, Jp Silva e Beto Ribas.  Levo na bagagem apoios importantes como o dos calçados da Riva que tornarão minhas caminhadas mais confortáveis e charmosas. Também carrego comigo uma enorme gratidão pelas pessoas que no Brasil e na França investem nos meus sonhos e fazem o impossível acontecer.



sexta-feira, 30 de maio de 2014

Site de relacionamento ou racionamento?


      "0 medo de amar é o medo de ser livre para sempre estar onde o justo estiver."
                                                                                                                                           Beto Guedes


Você convive com casais felizes que se conheceram em sites de relacionamento? Não vale dizer que ouviu falar de um caso com o amigo de uma amiga! Quero exemplos de gente como a gente que engrenou uma história de amor com um membro de um site de relacionamento. 

Se a chance disso acontecer for remota como eu suspeito, como explicar o sucesso que esses sites fazem, inclusive entre gente que se julga esclarecida e bem sucedida? 

Talvez essas pessoas não busquem um relacionamento de fato, mas ampliar sua rede de contatos. Se for só isso, porque tanta gente afirma que deseja se relacionar?  Essas pessoas iludem ou se iludem?

Os sites do amor (?) são alternativas para quem não tem muita paciência pra baladas ou não tem muito jeito na abordagem presencial. Como em uma vitrine, as pessoas escolhem seu par de acordo com suas expectativas ou a absoluta ausência delas. Nem sempre os usuários se dão conta de que quem escolhe, também está sendo escolhido.  Os sujeitos se alternam nos papéis de consumidor e produto. 

Me parece que o que prevalece nessa ciranda é a ilusão de saciedade afetiva. Alguns passam a ter fartas opções e, quando se encontram com uma delas, ficam na dúvida se a próxima não seria melhor. 

Um relacionamento real exige paciência - para quê enfrentar o lado obscuro que existe no íntimo de todo mundo se é possível ficar na superfície sempre bela? Mas essa confortável posição custa não poder contar com o outro nas horas difíceis. A superfície nada sustenta.

Até que ponto os homens, mesmo os que não assumem o seu machismo, lidam bem com a ideia de sua parceira estar entre as favoritas de outros? Os que fingem não se importar, correm o risco de ficar indiferentes. Por sua vez,  as mulheres, seres que costumam adorar ser cortejadas , terão que se contentar com a neurose  do macho ou com a frieza do durão. 

Assim, nada se constrói. Não há envolvimento. Até porque todo mundo quer estar solto, para as novas possibilidades. E de par em par, uma solidão "nada virtual" se instala, talvez maior do que aquela que incomodava antes do cadastro. 

Será que sentiremos saudade da época em que os pais decidiam sobre os nossos pretendentes? Se é verdade que a ansiedade aumenta proporcionalmente ao número de  escolhas, estariam esses sites incrementando a indústria da depressão? Quem vai tratar os transtornos de toda essa gente amorosamente frustrada? Quem vai se manter amando, sem medo de ser feliz, depois de tantas tentativas malsucedidas?  Apenas os mais aptos e os que contam com o acaso. Ou seja, os que, a despeito de tudo isso, conseguem ser autênticos e encontram alguém na mesma sintonia.  Há também os que não se aventura  no universo do amor virtual. Mas esses possivelmente não se interessariam por esse assunto.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Nós da Estácio de Sá na Casa da Ciência para conferir a Exposição 'Cadê a química?'


 Essa exposição foi desenvolvida para comemorar, em 2011, o ano internacional da química.

Trata-se de um conjunto de informações que estão distribuídas em uma casa em que os visitantes podem perceber como a química está relacionada com o cotidiano. 


Assim que entramos, assistimos um filme que mostra a relação da química com a tecnologia.Em seguida, assistimos outro filme que fala, dentre outras coisas, sobre Marie Curie, cientista que se tornou um ícone da participação das mulheres na ciência após ter recebido 2 prêmios Nobel.


Os alunos puderam compreender conceitos como moléculas, monômeros, polímeros.... No quarto do casal, eles foram apresentados aos hormônios do amor. Já no quarto das crianças, eles compreenderam como atuam substâncias como a adenosina e a melatonina. E desvendaram os segredos do Gh - hormônio do crescimento e da adrenalina.


Ficou curioso? Pois então mexa-se: a exposição fica até 27 de julho. Depois ou antes de visitar a exposição, conheça também sites como "A química das coisas". Você vai perceber que essa ciência é muito mais fascinante do que você imaginava!




sexta-feira, 2 de maio de 2014

Livre para SEMPRE estar onde o justo estiver

Ouve só essa música:




"O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier, livre para sempre estar onde o justo estiver".  

Aprendi com o educador Damião Luis Dionisio que o significado de família é "escravo social". 

Olha só que curioso - e simbólico! Quem escolhe ter uma família, cuidar dela e estar com ela, para o que der e vier, escolheu a posição de servo, não apenas do núcleo familiar, mas da sociedade. Ser família é ser livre para estar onde o justo estiver. É assumir a responsabilidade de cumprir o dever, de ao menos tentar escolher com acerto e precisão a melhor direção

Quem tem família - pai, mãe, filhos, avós e demais agregados - tem uma casa mais aconchegante onde o sol te tira da cama mais cedo e a lua te leva pra cama mais tarde. É evidente que é mais fácil não arriscar. Afinal, ter uma família é assumir riscos. Muitos riscos. Por isso, tantos recusam esse poder e toda responsabilidade que está associada a ele e que exigiria compromissos e muita disposição para cuidar. 

O medo de amar.... ah o medo. Ele nos impede de ver tanta luz!

domingo, 9 de março de 2014

A lição da Campeã do Carnaval do Rio 2014

Não sou tijucana e a minha escola preferida não é a Unidos da Tijuca. Na verdade, vui ao sambódromo ontem especialmente para ver a queridíssima União da Ilha que estava gloriosa. Mas isso não impediu que eu aprendesse com a campeã.

A grande sacada do carnavalesco Paulo Barros - que já deu essa lição outras vezes, mas as escolas irmãs parecem não entender - é valorizar o quisito gente. Desconfio que não foi o herói fabricado pela Globo que deu o título: qualquer tema funcionaria com aquela moçada.

Os carros da Tijuca não eram os maiores nem os mais luxuosos, mas havia gente visivelmente motivada a brilhar junto. Os integrantes da bateria, por exemplo, vestiam um simples macacão, que nos dava a chance de admirar a habilidade dos músicos. Outras escolas optaram colocar tanta tralha em cima dos percursionistas que era difícil ver que tipo de instrumento era tocado.

Os componentes da Tijuca brincavam como velhos amigos: em sintonia e com muita alegria,  dançavam no chão ou nas alegorias que compunham os carros. A escola foi, disparada, quem mais investiu tempo em ensaios. Essa preparação do grupo enriqueceu as alas que reproduziam movimentos em conjunto - a coreografia não era rebuscada, mas contagiava as pessoas da arquibancada que já estavam cansadas porque aquele era o último desfile e o dia clareava.

Transferindo essa mesma lição para uma empresa ou  uma escola, um bom gestor é o que promove a auto-estima e valoriza as pessoas como parte impressindível da engrenagem que compõe a história da instituição. Por mais dinheiro que se gaste em tecnologia, o apogeu da força dramática e da capacidade de articulação  é o próprio ser humano.  Vale investir no grupo, não apenas em um ou outro cargo de chefia, nas na equipe para que ela mostre o que sabe fazer e articule ações que surpreendam o mercado. Ao apreender a lição da Tijuca, sua equipe chegará na frente se cada funcionário estiver ciente da importäncia do seu papel e do papel do outro.


domingo, 2 de março de 2014

Carnaval na Lapa: diversão para quem?

Não perco a oportunidade de ouvir boa música e isso inclui algumas marchinhas. Mas nesse carnaval estou me sentindo ilhada em plena Lapa. Simplesmente não tenho disposição para a sujeira que está espalhada pela cidade, principalmente pelo meu bairro.

Tenho a sorte de contar com a companhia de duas crianças e para preserva-las dos malucos que transitam e não respeitam ninguém, decidi  ficar em casa.  Eu já encarei alguns bloquinhos com elas em outros anos, mas nunca me senti tão receosa. É uma pena porque gosto do carnaval de rua. Os cariocas têm um humor único que ficam evidentes nas fantasias: tem coisas de morrer de rir. 

Como diria nosso Paes: evitem o Rio de Janeiro! Particularmente prefiro, evitem o prefeito, mas tenho que reconhecer que dessa vez o problema não é só ele. É muita gente, muito lixo, muita loucura... É como se o direito de se divertir fosse maior do que qualquer outro direito. Parece que os foliões não foram educados à usar lixeiras, à proteger as crianças e os idosos e que são incapazes de compreender que as pessoas que residem nesse bairro também merecem ter sossego. Duvido que boa parte dos estrangeiros que circulam por aqui agiriam da mesma forma em seus países de origem. Duvido ainda mais que os brasileiros que berram e sujam o meu bairro se comportariam dessa forma em outros países.
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Pra não dizer que não pulei o carnaval 2014, hoje rolou um baile no meu condomínio e eu pude levar as crianças.  Ainda bem que tenho uma vizinhança ímpar que organizou essa folia para suprir o meu desejo de pular o carnaval com minhas pequenas. Lá as pessoas estavam se divertindo muito, e assim mesmo, respeitando o espaço de todos.  Foi uma delícia ver as meninas felizes, com fantasias leves pulando e interagindo com a vizinhança. Pessoas muito especiais, que deveriam ser respeitadas por todos aqueles que costumam visitar ou trabalhar na Lapa e também pelo subprefeito e seus assessores. Afinal, escolhemos morar nesse bairro porque amamos aqui.