quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Para quem um dia visitará Belo Horizonte clique aqui...

sábado, 25 de outubro de 2008

MPBaby

Eu já escrevi aqui sobre as possibilidades da internet como recurso pedagógico. Atualmente estou orientando um trabalho sobre a abordagem da Evolução nos vídeos do YouTube. Em uma dessas navegações encontrei pérolas que encantam crianças e adultos que apreciam clássicos infantis. O projeto é apresentado assim:

Utilizando a mesma trilha sonora dos CDs, agora com videoclipes em desenhos animados, os DVDs da Coleção MPBaby divertem e educam através de enredos que evocam temas importantes para a vida dos pequenos, como a amizade, a tolerância ou mesmo as dificuldades da hora de dormir.

Assista um deles e se ficar com água na boca, clique aqui para assistir todos os outros.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Parto Natural

Caro leitor,

Desculpe o momento corujice de esposa, mas preciso mostrar como o Luis é talentoso:

http://blogln.ning.com/photo/photo/show?id=2189391%3APhoto%3A41731

Espero que goste!

sábado, 18 de outubro de 2008

Sinópse da aula do "Eugênio"

O que é normal e o que é natural quando se fala em parto? Essa foi uma questão proposta na última aula do curso "Ecologia do Parto". Sob a luz de Wilhelm Reich refletimos os padrões de normalidade no ato sexual e no parto e no impacto do medo na capacidade de entrega nas duas situações.

Coincidência ou não, na terça passada eu e Luis fomos ao cinema conferir o novo filme de Isabel Coixet "Fatal" (Elegy - USA - 2007). Voltei para casa ruminando cada cena, pensando nos boicotes que ando fazendo por medo. O medo que dificulta a aprendizagem dos velhinhos que se inscrevem nos cursos de informática é o mesmo medo de amar que projeta me outra realidade: fantasia!

De volta à aula de ontem, ouvi sobre as civilizações que desenvolveram a couraça ao conviverem com situações de escassez como a fome ou climas rigorosos. Em contrapartida, aqueles que vivenciaram a abundância tornaram-se mais vulneráveis nas guerras, exatamente pela ausência da couraça. Tranquilidade demais, assim como o excesso de excitação podem ser igualmente nocivos.

O que tudo isso tem haver com o ato de partejar? A hipótese proposta é que se o profissional que acompanha a gestante é capaz de experimentar aquilo que Reich chama de "sensação de órgão", ou seja, se ele experimenta o que a gestante sente, é possível que essa mulher se liberte de algumas couraças que dificultam o parto. Dito de outra forma, para que no momento do parto ela consiga se entregar à experiência e liberar a ocitocina necessária, ela deve se livrar de parte dos medos. Assim, ela se torna ativa o suficiente para assumir o seu papel de protagonista no momento do parto. Talvez assim, a mulher assuma uma posição menos submissa - ao marido, aos padrões sociais ou à equipe que a acompanha - no parto e em outros momentos decisivos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Um profissional caro

"Um professor sempre afeta a eternidade. Ele nunca sabe onde a sua influência termina."Henry Adams


Ao receber essa mensagem hoje fiquei pensando nas razões que tornam o professor um profissional ímpar. Talvez seja porque a arte de educar envolva a formação de pessoas, a construção de saberes, afeto e valores.

Mas no mercado educacional contemporâneo, não basta saber e gostar de ensinar: é preciso ter o "perfil". Infelizmente não tenho a explicação para esse termo. Mas defendo que a história de uma escola é construída principalmente pelos educadores que dela fazem parte. Os alunos, que todos os anos nos inspiram, mudam, mas os professores ficam (ou deveriam ficar), de preferência vestindo a camisa da instituição. Algumas escolas já entenderam isso. Na minha cidade natal, Belo Horizonte, é comum que as escolas de ponta estampem nos out-doors o rosto de seus professores. É como se essas escolas dissessem: "esses educadores incríveis são nossos - venham aprender com eles".

Me parece que o "casamento" seja uma boa metáfora para a relação professor-escola: sempre haverá um substituto para o seu cônjuge que aparentemente é mais atraente, simpático, generoso... mas é com o seu cônjuge que você constrói uma história. Da mesma forma que no casamento, a constante troca de parceiros impede a tecitura de uma narrativa, até porque os altos e baixos são inevitáveis em uma relação, mas ela pode ser mantida com a certeza de que aquela união não foi feita por acaso.

"Quais são as razões que nos une?" Penso que essa é uma pergunta a ser feita entre o gestor da escola e cada um de seus professores. "O que fazer para valorizar o profissional que educa?" Essa também é uma pergunta bem-vinda, especialmente hoje.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Explorando os corpos

A exposição do corpo humano é imperdível para os que se consideram amantes da biologia. Na técnica de conservação está impressa a paciência e a coragem de quem ousou perpetuar as características dos mortos para a contemplação dos mortais. Ao percorrer a exposição com os alunos da Escola Parque, vi rostos perplexos, admirados, curiosos e interessados. Bom seria se todas as aulas de biologia despertassem tanto prazer! Afinal, somos educados para admirar o novo e nem sempre a escola acompanha essa sede de novidades. Mas pelo menos podemos explorar novidades como essa de vez em quando!

Que tal fazer um tour pelos corpos expostos através da percepção dos meus queridos alunos do segundo ano do ensino médio:

"Adorei! Foi super educativo, lúdico e fascinante. Uma forma de auto-conhecimento, ver aqueles vasos sanguíneos montados tão harmoniosamente me impressionou e ao mesmo tempo revelou a fascinante estética e funcionalidade trabalhado conjuntamente. É uma obra de arte pertencente à natureza, a principal artista, que está dentro de cada um de nós." J.S. (fem.)

"Maravilhoso! Foi muito interessante. Aprendi muito com tudo. O que eu mais gostei foi de ver os vasos sanguíneos e os fetos". C. (fem.)

"Adorei o museu, achei muito interessante e muito educativo, além de ser uma experiência única". J.L. (fem.).

"Eu fiquei espantado e ao mesmo tempo encantado com o corpo humano e todos os seus detalhes. Também fiquei um pouco enjoado". D.F. (masc.)

"Espantoso!" Você saber que tudo aquilo está dentro de você, dá até um certo medo! É tudo tão perfeito! É lindo e é tudo interligado. Aprendi bastante." F.V. (fem.)

"Eu fiquei muito surpreso e admirado com o que eu pensava impossível de acontecer que era uma representação dos corpos daquela forma. Fiquei muito feliz por ter tido essa grande oportunidade". D.L.V. (masc.)

"Eu senti nojo e ao mesmo tempo fiquei impressionado". M. (masc.)

"(Senti) uma tristeza desolada ao ver o rosto do falecido, com olho fechado, como se estivesse dormindo, mas o que restava nele, uma fatia, sendo exposta". D.S. (masc)

"A visita ao Museu (Histórico Nacional Rio para conhecer a exposição) do Corpo Humano foi incrível (...). É uma nova forma de conhecer o corpo sem o uso de computação e televisão. A única coisa que choca mais é o fato de os corpos serem de verdade. T.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Prazer em dose dupla

A sessão seguida de debate com o filme Parto Orgásmico (Orgasmic Birth Documentário. Estados Unidos, 2007. 87min) foi uma experiência excitante. Mais pelo debate, devo confessar! Não que o filme seja ruim, pelo contrário. Ele é dirigido por Debra Pascali-Bonaro, uma doula sonhadora que resolveu mostrar para as pessoas que existem outras opções além de um parto com inúmeras intervenções como costuma ocorrer nos hospítais.

As primeiras cenas do filme são realmente encantadoras: um casal namora no jardim, pouco antes do nascimento do seu filho, experiência essa que acontece no deck da piscina. Na maioria dos partos apresentados, as mulheres estão em casa, ao lado de seus companheiros, mas ao mesmo tempo, em outro mundo. Elas se comportam como quem vivencia um momento de êxtase sexual. Mas no filme também estão presentes as experiências hospitalares: a indução do parto e o monitoramento fetal são apresentados como práticas que elevam a incidência dos partos cirúrgicos. As entrevistas com esses pais que tiveram seus filhos nessas condições escancaram a submissão de quem tudo aceita em nome do bem estar da mulher e do bebê.

Entre um parto e outro, ouvimos diversos especialistas: educadores perinatais, obstetras, pesquisadores e parteiras. Enquanto eu ouvia essas profissionais e assistia a atuação delas (no filme, a maioria dos partos orgásmicos eram realizados por parteiras) fiquei me perguntando se a extinção dos cursos de parteiras não seria uma forma velada de corporativismo médico. Além disso,também me incomodou a ausência de Michel Odent no filme. Sobretudo nas cenas em que eu ouvia os especialistas transmitindo idéias que certamente aprenderam com ele.

O filme termina e a platéia que lotava a sala do Centro Cultural de Justiça Federal aplaude com entusiasmo. Em seguida, o debate que conta com as presenças da diretora, de Dafne, representando o Ministério da Saúde, de um representante da classe médica Ricardo Jones, de Heloisa Lessa, representando as enfermeiras obstétricas e da Fadinha, que representava as doulas. Evidentemente nenhuma parteira estava presente.

As apresentações dos membros que compunham a mesa foi breve: Debra apenas agradeceu por seu filme ter sido selecionado em um festival tão importante; Dafni falou das políticas públicas que contribuem para diminuir os casos de cesariana na rede pública; Ricardo defendeu que a humanização não pode ser uma "modinha da classe média"; Helô lembrou que as mulheres que se submetem aos partos em casa nos grandes centros são consideradas loucas e que o tratamento dado aos profissionais que fazem esse trabalho também é pejorativo e a Fadinha contou uma experiência recente com uma gestante que vivenciou um parto orgásmico.

Eu aproveitei aquele momento oportuno para esclarecer algumas coisas que me intrigaram durante a sessão. Para a Debra perguntei se a ausência de Odent no filme se devia ao fato de ultimamente ele defender que a presença do pai no momento do parto pode inibir a liberação da ocitocina, o hormônio do amor que apresenta um papel fundamental no momento do parto. Considerando que a presença do pai no filme é um dos eixos centrais do filme, é possível que a figura de de Odent destoasse daquele contexto. Entretanto, ela afirmou que Michel Odent foi entrevistado mas a qualidade das imagens não permitiram que elas fossem incluídas. Como não havia orçamento suficiente para repetir a entrevista, ele ficou de fora. Já para a Dafni perguntei sobre as ações do governo para reverter a extinção dos cursos de parteiras. Ela afirmou que o governo superou o modelo americano ao eliminar os cursos de parteira nos anos 70. Segundo ela, o Ministério da Saúde tem capacitado as parteiras tradicionais - é assim que as profissionais que não tem diploma de médico ou enfermeira obstétricas são chamadas.

Fiquei ruminando essas duas respostas. No caso de Debra, a falta de qualidade das imagens não explica pois haviam outras cenas que não podem ser consideradas cinematográficas e mesmo assim foram mantidas. E considerando a proposta do filme, a relevância das idéias prevalece sobre a qualidade técnica. Mas no caso das políticas públicas é absurdo perceber que o governo apoia as parteiras, desde que elas atuem nos rincões do Brasil, onde não é conveniente a atuação dos atuais detentores do poder de partejar. O que aconteceria a essas parteiras se elas resolvessem atuar nos grandes centros? Penso que se elas tivessem essa ousadia ampliaríamos a incidência de partos orgásmicos no Brasil!