terça-feira, 30 de junho de 2009

Aprendendo Fotossíntese

Como os seres autótrofos conseguem produzir matéria orgânica a partir de gás carbônico? De que modo a luz pode ser usada como fonte de energia para esses seres?

A fotossíntese será nosso próximo tema de estudo. Seguem abaixo alguns vídeos que serão muito úteis para a compreensão desse processo.

Primeiro conheça os personagens envolvidos na fotossíntese:



Veja como o processo ocorre:



Conheça os reagentes e produtos da fotossíntese:




Aprofunde seus conhecimentos:

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um vírus educador


Desde quando ele estava entre nós, se espalhando rápida e silenciosamente, invadindo os corpos mais frágeis, viajando nas nossas secreções?

A notoriedade deu-lhe uma força explêndida: há quem queira parar tudo para vê-lo passar. Mas ele promete ficar e fazer novos Influenza-A-júniors, que viverão pouco, de seis a oito horas, mas intensamente.

Aos bandos eles seguirão pelas gotículas e só precisarão de um dia para se fazer notar , inventarão moda de máscaras e movimentarão o mercado farmacêutico, enriquecendo poucos e empobrecendo muitos com seu status de importado, supervalorizado, mesmo com letalidade e virulência semelhante à nossa velha pandêmica gripe.

Bom seria se toda essa força mudasse nossos hábitos e nos ensinasse bons modos como lavar as mãos, cobrir a boca para espirrar ou tossir, manter o ambiente limpo, não compartilhar objetos pessoais...

Influenza A (H1N1): setores da Fiocruz colaboram com o Ministério da Saúde


Com o aumento do número de casos da influenza A (H1N1) no Brasil e a consequente procura por informações sobre a doença, a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/Presidência) lembra que mantém no site da Agência Fiocruz de Notícias (www.fiocruz.br/ccs) textos atualizados sobre a enfermidade. O Portal Fiocruz (www.fiocruz.br) também reproduz os mais recentes informes sobre o tema em sua página. Outras informações podem ser obtidas pelo Disque-Saúde (0800 61 1997) do Ministério da Saúde (MS) e pelo Telessaúde (3523-4025) da Secretaria municipal de Saúde.

A Fiocruz participa das ações do MS relacionadas à influenza A (H1N1) por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, um dos três do país credenciados a fazer os exames, e por meio do Ipec, um dos 62 hospitais nacionais de referência e que recebe pacientes encaminhados pelas secretarias municipal e estadual de Saúde.

Tesouros


A coisa mais importante para a maioria das crianças é ter companhia para brincar, brigar, sorrir, tocar ou simplesmente estar. Essa predileção deveria continuar na fase adulta. Afinal, nada tem muita graça quando não é possível dividir aquilo que nos soa como conquista. Quanto mais amplia a nossa capacidade de parecermos racionais, menor o tempo dedicado às pessoas que gostam de estar conosco - aquelas que nos percebem de fato e que desejam que fiquemos com elas "só mais um pouquinho". É assim que os nossos amigos de infância, inclusive aqueles que nos conheceram depois de adultos mas nos fizeram sentir como meninos, perdem-se nos labirintos da nossa memória. Não há mais tempo para eles porque estamos soterrados com pendências de trabalho, estudo, casamento e/ou filhos.

A implacável idade cobrará o nosso desleixo enchendo-nos com a rabujice típica de quem não encontra mais lugares, sabores ou outros brinquedos a serem partilhados. Enquanto é tempo, vale cuidar da flor...

domingo, 28 de junho de 2009

Flacidez na alma


Como é duro lutar contra a inércia e resistir à força sedutora que nos puxa para a cama ou para o sofá, principalmente quando estamos bem acompanhados! É preciso ter força e disposição para estudar para o vestibular, dar atenção aos filhos pequenos, corrigir provas, arrumar a casa... enfim, firmar o corpo, sem que o eixo se curve. Mas não há outro meio de prevenir as dores no corpo e o rombo no orçamento resultantes da falta de movimento e da coragem para fazer o que deve ser feito.

É tão fácil investir tempo em tolices e subestimar a nossa capacidade de criar e de executar projetos que poderiam revelar a nossa competência. Nesse domingão, desejo gana para reagir à debilidade dos programas que consomem tempo, dinheiro e energia.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sedução Poética


A poesia me seduz desde menina, entretanto, a ausência de uma formação específica inibiu o meu atrevimento poético. Mesmo assim, de vez em quando, não resisto. Hoje encontrei um velho caderno com registros desses momentos insanos. Segue um deles:


Tempo Fechado

Pingos caem no parabrisa
formando um mosaico
com as lembranças de nós dois

Novas cenas chegam
na velocidade do temporal que cai
simplicidade de um cotidiano que eu nunca pensei estar registrado

A umidade aqui dentro é maior que lá fora
o que virou passado, comove e corrói
distanciando-me do amor que um dia senti por mim

O limpador não remove as lembranças.
No mesmo espaço ocupam várias visões
Do tempo em que fomos um.

Relâmpagos destacam minha necessidade de proteção
somente os seus braços me dariam o que preciso
e seu cheiro me acalmaria

Será que não vai parar de chover você?
Estou com medo de não resistir
e me deixar levar por sua correnteza.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Uma França inusitada


Na última terça, estive na sede do Cinema Nosso, na rua do Rezende 80. Trata-se de um projeto maneiríssimo voltado para jovens de baixa renda que se propõe a criar meios para que tais jovens estudem e produzam cinema e animação. Aproveitei para participar da atividade cultural do dia: uma conversa com a simpática francesa Camille Wintrebert... Ela começou mostrando para os jovens um mapa com a localização de seu país e apresentando dados comparativos com o Brasil: "A França tem um território 15 X menor que o Brasil, embora tenha um terço da população brasileira". Na sua fala, Camille preferiu destacar o norte da França, com ênfase na cidade de Lille.

Ela nos contou que Lille, que já foi considerada uma cidade fria e feia pelos impactos da crise industrial dos 1970, é hoje um polo cultural importante. Camille exibiu várias fotos como as dos montes de resíduos da exploração de carvão que alteraram a paisagem do país, as das feira de Wazemmes, que nos pareceu uma espécie de Saara francesa, as dos gigantes do Norte: grandes bonecos que representam figuras típicas francesas, inclusive os personagens da lenda de Lyderic et Phinaert. Também vimos fotos do Carnaval de Dunkerque e nos supreendemos com a duração desse carnaval: 3 meses! Camille nos contou que essa festa foi criada no século XVI e festeja a longa viagem dos pescadores que embarcavam para uma viagem de seis meses, onde muitos não retornavam de seu destino. Por isso, até hoje as arrecadações das festividades são destinadas às ongs que atendem órfãos (naquela epoca, era solidariedade para viúvas e orfãos, hoje, pode ser qualquier causa de solidariedade).
Também nos impressionamos com a multidão que se aglomera na festa do tiro de arenques: quando o prefeito arremessa peixes defumado para o povo. Nos identificamos com a Braderie de Lille, outra feira tradicional muito semelhante à nossa feira de antiguidades da Rua do Lavradio. Além da venda das "quinquilharias", os franceses expõem seus montes de mexilhões. Trata-se de um concurso típico entre os restaurantes que servem batata frita com mexilhões para saber qual estabelecimento
consegue erguer a maior montanha de conchas. Camille não soube dizer qual o destino final de todo esse resíduo calcário.

Para falar de gastronomia, Camille preparou uma saborosa quiche com abobrinha e enquanto degustávamos, ela nos contou três versões da história das baguetes. A primeira delas, associada necessidade de produção de pão em grande escala durante a revolução francesa, quando a multidão pedia "pão para quem tem fome". A segunda, seria uma solicitação de um formato de pão, idealizado por Napoleão para facilitar o transporte durante as guerras e a terceira, associada à velocidade da produção quando as leis trabalhistas exigiam que os padeiros só começassem seu trabalho após 'as quatro da manhã. Ainda sobre os pães, Camille nos contou que os franceses acreditam que os pães virados para baixo causam má sorte. Quando os pães estão nessa
posição, são chamados de "pão de carrasco". Isso porque, era comum usar a estratégia de virar os pães para separar os destinados aos carrascos. Ela nos disse também que a região é um polo importante de produção de cervejas artesanais e nos mostrou exemplos de garrafas e copos usados para esse consumo. Lille segue investindo no potencial cultural local, desde 2004, quando foi a capital européia da cultura. A conversa foi ótima e a quiche também. Mas melhor ainda foi rever as amigas dos tempos em que trabalhei com formação de público para cinema no Grupo Estação. Ah que saudade!

Para quem ficou com água na boca, Camille mandou a receita:

A receita da Quiche : (disculpe os erros de vocabulario, o vocabulario de cozinha e muito especifico...)

Massa :
250g de farinha
125g de manteiga mole
um pouco de agua

Incorporar a manteiga na farinha com as maos, por um pouco de agua para conseguir fazer uma bola com a massa.
Botar na geladeira e deixar uma hora.
Depois aplanar para que seja bem fina e colocar numa forma redonda untada com manteiga,
repicar com o garfo para a massa nao encher no forno, e cozer ate ficar um pouco dourada.

Em cima :
- cozer duas abobrinhas numa panela com um pouco de agua, colocar os pedaços encima da massa
- botar pedaços finos de queijo (normalmente queijo de cabra... Aqui usei queijo minas)
- cobrir com uma mixtura de 2 ovos e um pouco de leite batidos com um garfo...
- sal, pimenta, ervas (oregano...)

Botar no forno, e cozer ate que fique com cara boa e dourada!
Comer quente com alface + vinaigrette!

Pode trocar abobrinhas e queijo por qualquer ingrediente, verduras, presunto, peixe, etc...

terça-feira, 23 de junho de 2009

ENEM e Vestibular podem enganar

Os resultados das provas de vestibular e do ENEM costumam ser usados para atrair novos alunos. Mas afinal, o que eles querem dizer na prática? A escola que se destaca é necessarimente a melhor escola para os nossos filhos? Será que as primeiras escolas do ranking primam pelo compromisso com o aprendizado e com a formação integral do sujeito ou será que tal instrumento induz a exclusão dos menos aptos que poderiam "manchar" a imagem da escola?

Sabemos que a escolha da escola não é tarefa fácil, mas usar exclusivamente o critério dos resultados de concursos pode ser uma armadilha. É melhor escolher uma escola que se identifique com o estilo da sua família e que tenha um compromisso com a aprendizagem, mas o principal é observar e ouvir o que o estudante tem a dizer sobre o ambiente escolar. Se tudo estiver bem, permita que seu filho construa uma história com os amigos, os educadores e até com as instalações. Se seu filho se tornar uma pessoa do bem e sentir saudades da escola é um bom incício de que você acertou na escolha.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

No Brasil ou na Argentina?


Com a proximidade das férias de julho começa a caça pelo roteiro perfeito: aquele que agrada crianças e adultos e que caiba no orçamento. Mas aí temos um paradoxo: professores só podem viajar em alta temporada e o salário ó...

Adoraria levar minha filha para conhecer a Amazônia, por exemplo, mas os preços dos hoteis selva e das passagens são altamente proibitivos para a maioria dos brasileiros.

Outro roteiro que me agrada é Pantanal, mas descobri, mais uma vez que ele não cabe no meu orçamento.

Será que a melhor opção é voltar ao país de los hermanos? Quando estivemos lá, a receptividade foi maravilhosa, a cidade é linda, as opções gastronômicas são convidativas e a Luisa amou os parques e os programas especiais para os chicos.
Mas resta saber: será que vale o risco de entrar para a estatística dos contágios da gripe suína via Argentina?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Você tem medo de namorar?

Acabo de receber um texto que me fez lembrar um pacto que fiz com um homem especial, meu marido, logo que o conheci: "sem medos e sem reservas". Até hoje levamos isso muito à sério.



Namorofóbicos
Danuza Leão

A praga da década são os namorofóbicos.
Homens (e mulheres) estão cada vez mais arredios ao título de namorado, mesmo que, na prática, namorem. Uma coisa muito estranha...

Saem, fazem sexo, vão ao cinema, frequentam as respectivas casas, tudo numa frequência de namorados, mas não admitem. Têm alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês. Podem sair várias vezes numa semana, mas aí tem que dar uns intervalos regulamentares, que é para não parecer namoro.
É tua namorada?
- Não, a gente tá ficando.
Ficando aonde, cara pálida?
Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de propriedade. Devem temer que ao chamar de namorada, a criatura se transforme numa dominadora sádica, que vai arrastar a presa para o covil, fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai. Não a menos que seja um psicopata. Mais pata que psico.
Namorar é leve, é bom, é gostoso. Se interessar pelo outro e ligar pra ver se está tudo bem pode não ser cobrança, pode ser saudade, vontade de estar junto,de dividir. A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo, menos chamar de namorado. Pode viajar junto, dormir junto, até ir ao supermercado junto (há meses!), mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO.
Antes, o problema era outro: CASAMENTO.

Cruz credo! Desafasta! Agora é o namoro, que deveria ser o test drive, a experiência, com toda a leveza do mundo. Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de relacionamento que possa durar mais que uma noite e significar um envolvimento maior que saber nome.
Do que o medo? Da responsabilidade? Da cobrança? De gostar?
Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter cuidado.
Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito, carinho, cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia e no outro finge que não conhece e isso não dói ou não é filhadaputice?
Não é porque "a gente tá ficando" que o outro passa ser mais um número no rol das experiências sexuais - e só. Ou é?
Tô ficando velha? Paciência....

Detran 3

Após a queda do sistema no Detran na última quarta e aguardar longo período pelo retorno do sistema, fui orientada pela supervisora a ligar para saber o resultado e, caso aprovada, buscar a minha carteira após três dias úteis. Ao ligar hoje, fui surpreendida com a notícia de que o sistema não havia computado a minha prova e que eu deveria voltar ao posto para fazer nova avaliação. Assim, mais uma vez terei que disponibilizar um dia para ir ao Detran, fazer nova prova e pacientemente aguardar o desfecho dessa novela. Como contei aqui, tive que pagar um novo Duda por não ter conseguido desmarcar o exame. Mas como dessa vez o erro foi do Detran, além de não receber o dinheiro do Duda, terei que voltar ao posto para fazer uma nova prova. Sou obrigada, por um órgão governamental burocrático, autoritário e injusto a disponibilizar mais dois dias para a simples renovação da minha carteira de habilitação: um para fazer a prova e outro para buscar a carteira. No mínimo eu não devo ter nada para fazer na vida!

domingo, 14 de junho de 2009

Queremos escolher onde e com quem vamos parir


Queridas (o) amigas (o):

O ato de fechar a casa de parto é apenas mais uma das pressões que as enfermeiras obstetras vem sofrendo. Estas enfermeiras atuam nos hospitais, casas de parto e domicilio, oferecendo um acompanhamento de qualidade. Essas profissionais, bem como as parteiras tradicionais prescisam do apoio da sociedade para que seja legitimada a arte de partejar com o mínimo de intervenções. Além da reabertura da Casa de Parto David Capistrano em realengo, elas lutam por maior visibilidade do importantíssimo trabalho que desenvolvem.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Detran 2

A novela do Detran continua: hoje foi o dia do exame e da prova. O exame médico correu tudo bem... felizmente! Mas na prova ocorreu algo inusitado - será? - o sistema ficou fora do ar e tive que aguardar por quase uma hora. Como eu já havia feito a prova, fui dispensada e recebi um número telefônico para ligar para saber o resultado. Mas quando eu saí da sala, contei 52 pessoas em uma pequena sala suja e sem ar condicionado. As pessoas que não poderiam esperar, tiveram que voltar em outro dia. Como vimos, quando o imprevisto é culpa do cidadão, ele precisa pagar um novo Duda: se pelo menos esse recurso fosse usado para fornecer um pouco mais de conforto ao usuário ou investido na modernização do sistema... Mas como o culpado foi o sistema do Detran, será que alguém recebeu o Duda de volta?

O Detran "é um pote até aqui de mágoa"...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Respiração Celular















Oh carteirinha suada!

Se você mora no Rio de Janeiro e está com a sua carteira de motorista vencida, prepare o espírito: você precisará de muita paciência. Isso porque, o Detran do Rio não demonstra o menor respeito com o trabalhador, exigindo que os cidadãos disponibilizem vários dias para uma ação que deveria ser muito menos burocrática.

Quando liguei para o Detran para marcar a minha prova, acreditava que essa tarefa seria realizada em um único dia. Triste ilusão! Após enfrentar duas filas diferentes, saí do Detran com duas tarefas: agendar a prova teórica e o exame médico: em dias e locais diferentes. O agendamento da prova foi fácil marcar mas impossível desmarcar em tempo hábil e como não consegui comparecer no dia agendado, tive que pagar novo DUDA: um novo castigo de quase 90 reais! Além do pagamento em dobro, o Detran exige que você esteja pessoalmente no Detran para desativar o Duda antigo e reativar o novo Duda. Só então é possível agendar uma nova data para a prova. Já o exame médico é ainda mais difícil. O Detran só disponibiliza uma clínica para cada cidadão, por isso, ficamos refém da boa vontade dos administradores das clínicas que não se empenham para oferecer opções de horários. Só consegui agendar na sexta tentativa!

Em suma, a renovação da carteira de habilitação exigiu que me deslocasse como uma barata tonta: Detran Presidente Vargas: cadastrar o duda e fotos, Detran Presidente Vargas: desativar o duda antigo e cadastrar novo duda, clínica: exame médico; Detran Santa Luzia: prova; Detran Presidente Vargas: buscar a carteira.

Quando vi no jornal de ontem uma manchete sobre a arrecadação com as multas, pensei nas cifras da arrecadação de taxas como o Duda. Se pelo menos esse dinheiro fosse usado para deixar as ruas do Rio menos esburacadas - começando pelo centro do Rio que é uma vergonha ou para melhorar o trânsito ou ainda, para trazer benfeitorias como ciclovias seguras e agradáveis...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Grileiros do Parto

A tentativa de delimitar o parto como território exclusivo dos médicos, remete-me à figura dos grileiros que ocuparam terras devolutas na Amazônia e que recentemente foram agraciados com a posse dessas terras. O paralelo é inevitável, porque aprendi que antes do primeiro médico levar uma gestante para um hospital, os partos aconteciam em casa ou em qualquer outro local onde a mulher se sentisse confortavelmente segura e que o simples fato de levar a gestante para um hospital não aumentou a chances de sobrevivência da mulher e nem a do bebê e em alguns casos, expôs ambos a novos riscos. Por isso, consigo entender a resistência de algumas mulheres: parir no hospital, sobretudo para as mulheres que mantiveram as suas tradições culturais, é assustador.

Pesquisadores se empenham em ouvir os relatos de tratamentos que desconsideram as mulheres gestantes, mas nem sempre esses relatos são discutidos amplamete com a sociedade, até porque ferem o interesse dos poderosos. No dia do nascimento da minha filha, deitada em uma maca fria, ressentida por não ter sido considerado o meu plano de parto e estar prestes a ser submetida à um parto cirúrgico, desejei abraçar a minha obstetra. Talvez por não poder abraçar a minha mãe ou simplesmente por agradecimento à profissional que me assistia. Mas o meu ato foi retribuído por uma bronca e seguido por uma correria para a troca de avental e luvas. Em silêncio e sem graça por eu ter "contaminado" a minha médica, fiquei pensando que nem de longe esse tratamento frio e asseptico era o que eu esperava receber no momento mais especial da minha vida: a chegada da minha filha. Por isso e por tudo o que aprendi com Michel Odent e meus mestres/colegas do curso Ecologia do Parto, invejo, com toda a minha força, as mulheres que pariram ao lado de profissionais sensíveis na Casa de Parto de Realengo.

A Vigilância Sanitária, como órgão promotor da saúde, deveria estar mais preocupada em garantir a diminuição da incidência de partos cirúrgicos e exigir que a sala de parto seja um ambiente relaxante ao ponto de diminuir ou dispensar a utilização de drogas na hora do parto e que os profissionais tivessem o compromisso de favorecer o vínculo entre a mãe e o bebê. Se essa "Vigilância" mobilizasse a nossa sociedade, inúmeros profissionais, médicos inclusive, estariam, agora, com as barbas de molho.

Sem médicos não pode haver parto?

Ontem, dia 04/06/2009, a Casa de Parto David Capistrano Filho, de Realengo, recebeu um laudo de fechamento publicado em DO.

Hoje, dia 05/06 às 9 horas, os enfermeiros fazem uma manifestação em prol do não fechamento da referida Instituição.



O que você pensa sobre isso?




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Data: Quinta-feira, 4 de Junho de 2009, 13:28

Estimadas(os) Companheiras (os):

A Câmara Técnica da Área de Enfermagem em Saúde da Mulher e da Criança, do Conselho Regional da Enfermagem do Rio de Janeiro (COREN/RJ), vem tornar público seu descontentamento e tristeza ante as "medidas arbitrárias" que sempre foram tomadas pela Corporação Médica, neste caso uma ordem que cumpre a VIGILÂNCIA SANITARIA ESTADUAL, (ordem de quem? não sabemos Vs nós sabemos, verdade?) no sentido de NEGAR A CONTRIBUIÇÃO, QUE A NOBRE PROFISSÃO DE ENFERMAGEM, OFERECE NO CUMPRIMENTO DE SUA MISSÃO SOCIAL em pro do bem-estar da população feminina, em situações fisiológicas de sua condição humana, mulheres tão sacrificadas pelo atendimento desumano a que são sometidas nas clínicas particulares e mesmo nas públicas, segundo os vários registros e teses documentadas a partir da voz das próprias mulheres.

A CASA DE PARTO da SMS/RJ, Sempre primou pela qualidade de atendimento as mulheres que alí comparecem e seu compromisso "é colocar em prática as propostas governamentais sobre a humanização de atendimento ao pré-natal e ao nascimento bem como respeitar os pricipios universais em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos e da Maternidade Segura das mulheres, proclamados pela OPS/OMS, ICM, COWI, UNESCO, UNICEF, OEA, e pelo Estado da Nação DEMOCRÁTICA da República Federativa do Brasil".

Compañeiras, esta situação (como outras da mesma espécie que sofremos há muito tempo) não pode continuar sendo acompañada por uma posição de imobilização da categoria. Nós vamos FAZER UM GRANDE MOVIMENTO EM DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES-ENFERMEIRAS, si necssário for, lanzar mão de atitudes e ações de grande pressão político-social: paralização de atividades nas unidades de saúde, passeatas, vigilância permanente na Casa de Partos, telegramas para os nossos representantes no PARLAMENTO e se posivel viajar a Brasília e invadir com a nossa presença o MINISTÉRIO DA SAÚDE.

CHEGA DE DESRESPEITO, DE DESCONSIDERAÇÃO COM OS ENFERMEIROS E A POPULAÇÃO, FALTA DE CORDIALIDADE E SOLIDARIEDADE NA ÁREA DA SAÚDE e da IMOBILIZAÇÃO DAS AUTORIDADES COMPETENTES. ATRIBUTOS DA BOA CONVIVÊNCIA SÃO EXTREMAMENTE PREJUDICADOS PELA HEGEMONIA MÉDICA QUE TRANSFORMA OS ATOS FISIOLÓGICOS DAS MULHERES BRASILEIRAS EM ATOS MÉDICOS INSTITUIDOS.

Estamos já em movimento, fraternalmente,

Profa. Dra. Maria Antonieta Rubio Tyrrell
Profa. Titular da ärea de Enfermagem Materno-Infantil da EEAN/UFRJ
Coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem Materno-Infantil - COREN/Rj
Presidenta de la ALADEFE/UDUAL

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Prezado Sr Ouvidor Municipal e Estadual:

É com muito pesar que recebi esta manhã a notícia de que o único Centro de Parto Normal em funcionamento na cidade do Rio de Janeiro foi fechado por recomendação da Vigilância Sanitária Estadual, sob a alegação de risco sanitário em decorrência da unidade não possuir médico.

Sou enfermeira obstetra e por alguns anos fui servidora municipal, atuando em maternidades da rede, época em que tive de enfrentar várias situações de verdadeiro risco sanitário, como a superlotação de unidades, perambulação de mulheres em busca de vaga, além da utilização rotineira e indiscriminada na assistência ao trabalho de parto e parto de intervenções obstétricas consideradas pela Organização Mundial de Saúde - OMS como ineficazes ou inadequadas.

A inauguração da Casa de Parto de Realengo, representou um marco da mudança de modelo de atenção ao parto em nossa cidade, com ganhos na qualidade da assistência prestada e respeito à dignidade das mulheres.

Trata-se de uma política pública que se ampara nos princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, instituída pela Portaria nº 1067, de 4 de julho de 2005, bem como nos manuais do Ministério da Saúde que tratam deste assunto, entre os quais destaca-se: Parto, Aborto e Puerpério, Assistência Humanizada à Mulher. Este manual, que entre outros aspectos, estimula a utilização e instrumentaliza os profissionais de saúde sobre o uso de tecnologias apropriadas na assistência ao parto e nascimento, tais como o uso de métodos não-farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto e incentiva ações de humanização da assistência.

O funcionamento do Centro de Parto Normal, somente com a presença de enfermeiras, obstétrica tem amplo amparo legal em nosso país. A atenção ao parto, faz parte das atribuições da enfermeira obstétrica, conforme o que preceitua a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que rege o exercício profissional do Enfermeiro, regulamentada pelo Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que dispõe em seu Art. 9o e alíneas, que à Enfermeira Obstétrica incumbe: “A prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; identificação das distócias obstétricas e tomada de decisão até a chegada do médico e realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando necessário.” A atuação de enfermeiras obstétricas na atenção ao parto de baixo risco é mundialmente reconhecida, inclusive pela OMS. Além disso, a Portaria GM/MS nº. 985, de 06 de agosto de 1999, que cria o Centro de Parto Normal - CPN, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, para o atendimento a mulher no período gravídico – puerperal, define que os mesmos podem funcionar apenas com enfermeiras obstetras responsáveis pela atenção ao parto.

Estudo recente, intitulado: “Resultados da assistência ao parto no Centro de Parto Normal Dr. David Capistrano da Costa Filho em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil”, publicado por Sibylle Emilie Vogt Campos e Francisco Carlos Félix Lana, em junho de 2007, na revista científica Cadernos de Saúde Pública, avaliou os resultados perinatais desta unidade, que possui características semelhantes a do Rio de Janeiro, e aponta resultados favoráveis em partos assistidos por enfermeiros obstetras, entre os quais destacam-se: a taxa de cesárea de 2,2%; a taxa de admissão em Centro de Tratamento Intensivo (CTI) neonatal de 1,2%; a taxa de Apgar < 7 no 5o minuto de 1% e a mortalidade neonatal corrigida de 2 casos em mil nascidos vivos. Resultados semelhantes aos encontrados em países com os melhores resultados perinatais do mundo e muito superiores aos dados gerais nacionais.

Por fim, destaca-se que com uma formação baseada no paradigma humanístico, a enfermeira obstétrica entende o processo de parturição como um evento essencialmente relacional que requer cuidado e não controle. Deste modo valoriza os aspectos culturais e subjetivos na atenção ao parto, buscando favorecer a evolução fisiológica do trabalho de parto e com isso reduz a utilização de medicamentos, instrumentos e equipamentos na atenção ao parto e nascimento, contribuindo para a redução da morbimortalidade materna e naonatal.

Por tudo isso, como mulher e enfermeira espero um posicionamento desta Secretaria de Saúde no que tange a manutenção do funcionamento do Centro de Parto Normal de Realengo, Rio de Janeiro.

Atenciosamente,
Jacqueline Alves Torres

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Diretoria da ABENFO-RJ
Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras - Rio de Janeiro
www.abenforj.com.br
E-mail: abenforio@gmail.com
Tel/FAX:(21)2263-7843

terça-feira, 2 de junho de 2009

Síntese de Proteínas

A vida não é simples. Para que uma única proteína seja produzida - para formar, por exemplo a hemoglobina ou um anticorpo, um processo impressinante é disparado no núcleo das suas células. Elementos como DNA e enzimas se associam para formar uma fita de RNA que levará a mensagem aos ribossomos. Veja como esse processo é engenhoso:



No próximo vídeo, você mergulhará na membrana nuclear, penetrando em um de seus poros e dará de cara com um belo DNA abrindo suas hélices para modelar um novo RNA mensageiro. Garanto que será revelador quando o RNA mensageiro sair do núcleo para se ligar ao ribossomo. Finalmente você poderá entender como os transportadores se encaixam nos códons dos mensageiros com seus anti-códons para promover a formação dos polipeptídeos.No final, a única palavra que restará será: explêndido!

segunda-feira, 1 de junho de 2009