sábado, 31 de outubro de 2009

Ocupação Cacilda

se você mora no Rio, mas não tem chance de aprimorar o seu trabalho corporal e deseja muito fazer isso, precisa conhecera proposta de Esther Weitzman.

Atores, bailarinos, músicos, criadores - profissionais ou estudantes - a hora é essa:




clique na imagem

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Na balada da Biologia

Encontrei várias músicas de biologia no site da Eliana Dessen, pesqisadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. Trata-se de músicas de autoria do professor Marcelo, do Objetivo.

Resolvi trazê-las para o blog a pedido dos meus alunos que queriam cantar um pouco. Aproveitei para inserir algumas imagens para dar ainda mais significado às letras. Divirtam-se:

HORMÔNIOS DO CORINTHIANS (Hino)
Salve a insulina
Que o pâncreas fabrica aos montões
Se não fabrica
Diabete vem, complicações
E adrenalina
É feita na supra-renal
Tiroxina
Tireóide, bócio, iodo e sal



O IMPULSO QUE SEGUIU (vira-vira)
Chegou, o impulso no dendrito
Passou pro corpo e seguiu
Pro axônio e sinapse, olha aí
Lá se foi mais um, mais mil
Secreta adrenalina
Ou acetil-colina
E assim mais um impulso
                                                                           Passooouuuuu....


REFLEXO DE NATAL
Aconteceu
Martelo bateu
Impulso formou
A se propagar
Papai Noel
Me ajude a lembrar
Do arco reflexo
No vestibular
O impulso quando sai
Sai de um receptor e vai
O caminho é sempre igual
Neurônio sensorial
Até a medula espinhal
Depois disso passa então
Pro neurônio de associação
E depois para o motor
Que é estimulador
Do seu órgão efetor.


BALANCÊ DAS VITAMINAS
Sem a vitamina C
Escorbuto pega você
E o raquitismo
Acontece porque
Falta vitamina C
Quando há cegueira noturna
Falata vitamina A
Quando há uma hemorragia
Falta vitamina K
Sem a vitamina E
Rato não vai ter nenê
E o beribéri
Acontece porque
Falta a vitamina B (B1)


SINOS DE BELÉM
O encéfalo é formado
Lembre sempre bem
Pelo cérebro, cerebelo
E bulbo também
O encéfalo, junto com
Medula espinhal
Constituem o sistema nervoso central
O sistema autônomo
Tem duas divisões
Uma é o simpático
Que acelera os corações
O parassimpático
Pra contrabalançar
Faz o coração
Bater mais devagar

O TEGUMENTO NÃO NEGA
O tegumento não nega mulata
Tu tens melanina na cor
E no calor, transpira mulata
Que é pra eliminar calor
Quando está frio
Entra em ação
Tua vasoconstrição
A hipoderme é um isolante “bão”
Ave e mamífero
Homeotermos eles são


PULA A FOGUEIRA
Gimnosperma, iá, ia
Nunca tem fruto, iô, iô,
É o vento que vai polinizar
A semente é o pinhão
E a pinha é uma flor, ô, ô, ô

(ATENÇÃO moçada: a pinha não é uma flor verdadeira!)


MASCARA NEGRA
Tanto o musgo
Como a samambaia
Precisa água pra fecundação
Gametófito é n
Esporófito é 2n
Alternância de geração


TRANSPORTE DAS ONZE
Se pra transportar
A célula gasta ATP
É ativo, amor, não vá esquecer
Olha, que exemplo fácil
Bomba sódio e potássio
Que leva íons de um lado
Menos pro mais concentrado
E o passivo, mulher
É outra coisa
ATP não é necessário gastar
Exemplo único
Osmose e difusão para lembrar
Isso é que é transportar


METAMORFOSE DA BARATA
A barata diz que tem
Metamorfose total
É mentira da barata
Ela tem é parcial
Há, há, há
Há, há, há
Ela tem é parcial

ATIREI O PAU NO MÚSCULO
Para a contração do mus-cu-lo
Acti-na-na
Miosi-na-na
Não encurtam-se
Só deslizam-se
Sempre com, sempre com
Grande gasto de ATP
Iááááá...


PROTOZOÁRIO DE JÓ
Doença de Chagas
Destrói o coração
O barbeiro faz a transmissão
Trypanosoma cruzii
É quem causa a lesão
Medida preventiva
É a dedetização


CIRANDA, CIRANDINHA
Mitocôndria, mitocôndria
É quem faz respiração
Ribossomo sintetiza
Proteínas de montão
O complexo de Golgi
Armazena secreção
Lisossomo tem enzimas
Pra fazer a digestão
O reticulo apresenta
A função de transportar
O centríolo participa
Da divisão celular

Eliana Dessen ensina que o complexo de Golgi não armazena secreção. Embora muitos livros didáticos tragam a informação de que uma das funções do Golgi é armazenar ela está errada. O Golgi processa proteínas vindas do reticulo endoplasmático, isto é, adiciona grupamentos de açúcar nas proteínas, um processo conhecido como glicosilação. Ele também media o fluxo das proteínas (aquelas que serão secretadas) entre o retículo e o meio externo. Esse fluxo é rápido, por exemplo, em células secretoras de muco, as vesículas originadas no reticulo se fundem no complexo de Golgi, passam pelo conjunto de sáculos onde são processadas, novas vesículas brotam do Golgi, migram para as proximidades da membrana plasmática, fundem-se com ela e o conteúdo é liberado para o exterior. Todo o processo dura menos de 40 minutos. Assim sendo, não é apropriado falar-se em armazenamento. Além disso, não são apenas as proteínas que serão secretadas que passam pelo Golgi. Outras proteínas que serão encaminhadas para locais específicos dentro da célula também são processadas e endereçadas em seu interior.


Quem preferir, pode baixar e ouvir outras músicas de bio e ouvir no mp3 player. Para isso, clique aqui.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Adeus Gelcy

 
Posted by Picasa
Ontem a noite cheguei em casa e vi minha irmã abaladíssima com a notícia do AVC de seu amigo Gelcy do Cavaco (autor de Boca sem Dente, Maravilhas do Amor, Lá na Roça, etc) . Hoje, ao receber a notícia da morte dele, pensei em várias coisas engraçadas que aconteceram na primeira vez que o vi cantando em um bar da Lapa. Ele me fez viajar nas letras das músicas no jeito que ele en-cantava. Uma das mesas, ao lado do palco, estava animadíssima com um grupo que sabia todas as músicas: eram "os seguidores de Gelcy". Acabei descobrindo que aquelas pessoas moram no Grajaú, onde Gelcy fazia muito sucesso, cantando na praça aos domingos à tarde para uma quase multidão.

Posted by Picasa
Enquanto cantava, Gelcy adorava compartilhar o microfone e incentivar os ouvintes a soltarem a voz. Eu, metida a cantora que sou, aproveitei. Ele foi tão generoso que dói pensar agora que não terei mais a chance de cantar com ele. Agora Gelcy canta em outro lugar. Espero que lá não haja tanta desigualdade como nessa terra brasilis, onde talentosos passam a  vida inteira tentando acontecer artisticamente, mas não encontram brechas. Me lembro de Gelcy desabafando sobre a sua luta para gravar um CD. Prometi para ele que quando meu blog se transformar em um programa, terei um quadro anônimos, onde um famoso entrevistará uma pessoa que ainda está no anonimato. Perguntei a ele quem deveria entrevistá-lo e ele me disse que seria Gabriel Pensador que gravou "Boca sem dente".

Ah, querido Gelcy, desculpa por eu não ter conseguido!!! Choro por você e pelos anônimos talentosíssimos que circulam pela Lapa, pelo paládio do Catete e por tantos cantos do Rio. Essas pessoas merecem ser ouvidas antes que também resolvam partir.





Gelcy continuará cantando. Pelo menos aqui no blog.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Crédito de Carbono: O que é? Quem vende e quem compra?



Quem polui mais tem que pagar por isso. Essa é a premissa do tão falado "Crédito de Carbono" que visa diminuir a emissão de gases associados ao efeito estufa, como o gás carbônico e o metano. Funciona assim: os países que poluem mais precisam comprar crédito dos países que poluem menos ou que se especializaram em estratégias de redução de tais gases. É o que mostra Marcelo Teoto, consultor de Créditos de Carbono:




Teoto explica que ao promover o reflorestamento, por exemplo, é possível gerar créditos e vender para os países poluentes. Isso porque as florestas jovens têm um excelente potencial sequestrador do carbono da atmosfera porque estão em intensa atividade fotossintética. Até os criadores de gado e porco estão aprendendo que podem usar as fezes de seus animais para faturar créditos. Ao usar biodigestores, eles transformam os dejetos, que antes eram altamente poluentes, em mais uma fonte de renda. Isso porque, no tratamento dos dejetos é gerado grande quantidade de metano e de acordo com o protocolo do sistema de créditos, queimar metano gera créditos. O MDL, mecanismo de desenvolvimento limpo, é o sistema que gera os créditos e estabelece uma série de condições para que os créditos sejam gerados. Ou seja, rapadura é doce, mas não é mole. Quer faturar com essa história, então vá estudar:

www.mct.gov.br/clima

É bom lembrar que fora desse mecanismo existe um mercado voluntário onde as empresas passam a comprar créditos para se tornarem "Carbono Neutras". Mas esse assunto fica para a próxima...

Para ouvir e dançar

Toda a dor que há nesse mundo

Depois que experimentei a maternidade, ganhei um desejo ardente: que a minha filha seja uma pessoa de bem. Hoje li uma carta que me fez chorar. Talvez partilhando a incalculável dor desse pai, possamos chorar juntos. Depois da catarse proponho respirar e pensar: o que temos feito para que nossos filhos escolham o caminho do bem?




"Meu filho começou na droga pelo álcool, no colégio, esta droga LEGAL com que a propaganda bombardeia nossas crianças e jovens todo dia, escancaradamente, e que produz milhares de mortes no trânsito, destrói lares, pessoas do bem e é, como se sabe, a primeira droga que os jovens experimentam. A maioria segue pela vida em maior ou menor grau se drogando com ela, o álcool, outros acabam provando das ilegais, sendo que uns fogem delas, outros se viciam numa espiral crescente e veloz. Em geral, passam pela maconha, vão na boca adquiri-la, e os comerciantes, felizes, lhes oferecem um variado cardápio, self-service: cocaína, crack, haxixe, êxtase, ácido...
Sei que há seis anos perdi meu filho para o crack, mas apesar das sequelas e problemas, ele nunca deixou de ser carinhoso e educado com todos, o que lhe granjeou um número sempre crescente de amigos.
" Dizem que vão gastar 100 milhões para equipar a polícia, mas e as vítimas diretas das drogas como ficam? E os jovens humildes atraídos pelos criminosos para seu exército? E os policiais mortos em combate nesta via indireta da guerra do tráfico? Está na hora de acabar a hipocrisia! "



Ele passou por várias internações - tinha, desde pequeno, outros problemas mentais que se exacerbaram com as drogas. Sempre que saia das internações ficava bem. Até encontrar os amigos, tomar umas cervejas e ai a coisa saía novamente de controle. Nestes tempos o vício, apesar de grave, ainda não tinha produzidos todos seus efeitos devastadores. Mas, com o tempo e a reincidência, o crack foi o devastando. Nos últimos tempos, dizia-se derrotado para o vício, vivia muito deprimido e voltara a frequentar o NA, Narcóticos Anônimos. Tentei de tudo para convencê-lo a se internar, mas vai pedir para um pinguço largar sua garrafa. É inútil. Ele foi cada vez mais descendo a ladeira. De mãos atadas, fiquei esperando pelo pior ou por um milagre, já que segundo os "especialistas", que ditam as políticas públicas para o tratamento de drogas, o drogado tem de se internar por vontade própria.
A reportagem que o Brasil assistiu esta semana, da mãe que construiu uma cela em casa, para tentar salvar o filho viciado em crack, é bem representativa de como as famílias vítimas deste flagelo estão abandonadas pelo Estado, e se virando à própria sorte. É bem possível que ela seja punida por isso. Na mesma reportagem, uma psicóloga inteligente afirmava que o viciado em crack tem de vir voluntariamente para tratamento. Este é o método correto, segundo a maioria dos que estão à frente das políticas para esta área. Será que essa profissional é incapaz de entender o estrago que o crack/cocaína ocasiona nas mentes de seus dependentes? Será que ela é capaz de perceber o flagelo que o comportamento desses doentes causam sobre as famílias?
Um drogado, ou adicto, que já perdeu o senso de realidade e o controle sobre sua fissura, torna-se um perigo para a sociedade, infernizando a família, partindo para roubos, prostituição e até assassinatos, por surto ou por droga. Esperar que uma pessoa com a mente destruída por droga pesada vá com seus próprios pés para uma clínica é mera ingenuidade destes profissionais. O Estado tem de intervir nesta questão para preservar as famílias e os inocentes. A internação compulsória para desintoxicação e reabilitação destes doentes, que já perderam todo o limite, é uma necessidade premente. Ou será que todas as famílias que vivem esse problema terão de construir jaulas em casa?
" Meu filho destruiu duas famílias, a da jovem e a dele, além de a si próprio. Queria sair do vício, mas não conseguia. Eu queria interná-lo à força e não via meios. Uma jovem, a quem ele amava, queria ajudá-lo e de anjo da guarda virou vítima "



Se meu filho fosse filhinho de papai, como falaram, eu já teria pago uma ou mais internações. Mas infelizmente o papai aqui não tem grana para isso, assim como a maioria das famílias vítimas deste, que insisto em reafirmar, flagelo.
Hoje vi uma pessoa boa se transformar num assassino, assim como aquele pai de família correto, que um dia bebe umas redondas, dirige, atropela e mata seis num ponto de ônibus.
As drogas, ilegais ou não, estão aí nas ruas fazendo suas vítimas diárias, transformando pessoas comuns em monstros e o Estado não pode ficar fingindo que não vê.
Dizem que vão gastar 100 milhões para equipar a polícia, mas e as vítimas diretas das drogas como ficam? E os jovens humildes atraídos pelos criminosos para seu exército? E os policiais mortos em combate nesta via indireta da guerra do tráfico? Está na hora de acabar a hipocrisia!
Meu filho destruiu duas famílias, a da jovem e a dele, além de a si próprio. Queria sair do vício, mas não conseguia. Eu queria interná-lo à força e não via meios. Uma jovem, a quem ele amava, queria ajudá-lo e de anjo da guarda virou vítima.
Ele irá pagar pelo que fez, será feita justiça, isso não há dúvida. O arrependimento já o assola, desde que acordou do surto do crack deu-se conta do mal que sua loucura havia lhe levado a praticar. Ele me ligou, esperou a chegada da polícia e se entregou, não fugindo do flagrante. Não passarei a mão na cabeça dele, mas não o abandonarei. Ele cumprirá sua pena de acordo com a lei, dentro da especificidade de sua condição.
" Este é um caso de saúde pública que virou caso de polícia "



Infelizmente, só consegui interná-lo pela via torta da loucura, quando já não havia mais nada a fazer, num surto fatal.
Este é um caso de saúde pública que virou caso de polícia.
Que a família da Bárbara possa um dia perdoar nossa família por este ato imperdoável. Chorei por meu filho 6 anos atrás. Hoje minhas lágrimas vão para esta menina, que tentou por amor e amizade salvar uma alma, sem saber que lutava contra um exército que lucra com a proibição (que não minimiza o problema, pelo contrário, exacerba), por um bando de tecnocratas e suas teorias irreais, e para um Estado que, neste assunto, se mostra incompetente.
Luiz Fernando Prôa, o pai



Fonte:

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Intimidade com o Set de Gravação

Ontem assisti uma palestra com Alexandre Klemperer, ex-assistente de direção da novela Caminho das Índias. Ele nos contou que tem observado os atores nos sets de filmagem, principalmente aqueles que entram para fazer uma participação e que, mesmo que sejam bons atores, não têm intimidade com os  termos técnicos e com a ocupação espacial típicos de televisão.

Segundo Klemperer, quando a participação de um ator ou uma atriz trava o intenso rítmo de trabalho no set de gravação, eles acabam perdendo a chance de novas participações. Daí a necessidade de que tais profissionais recebam orientações específicas para essa atuação que, somada ao histórico de vida e de formação do ator e da atriz, permitirá que eles transitem pelos conceitos e termos específicos da TV, sem se confundir ou cometer gafes.

Ele lembrou que nem todos os diretores usam termos técnicos e brincou com o fato de alguns diretores usarem gestos e expressões que também deixam os atores perdidos em cena.

Para que o elenco tenha a oportunidade de conhecer a dinâmica da atuação para TV ele e o Instituto Artístico Brasileiro propõe um projeto "Produção de DVD Book" onde pretende trabalhar técnicas de interpretação para TV. Seu público alvo são atores e atrizes profissionais, com DRT.

Alexandre estudou na New York Film Academy, atuou como voluntário no Instituto Criar em São Paulo e é professor conferencista da USP.

As aula acontecerão no Hotel Barra Beach, às segundas feiras, das 17 às 22, começa no próximo dia 9.simularão um set de filmagem e servirão de ensaio para que nas últimas aulas os atores possam gravar um dvd book. Todos os alunos receberão um DVD Book personalizado, gravado em alta qualidade e um certificado de conclusão ao final do curso. Mas Alexandre garante que o vídeo book é apenas uma consequência, o mais importante é que o ator e a atriz saiam sabendo o que estão fazendo no set e que os diretores tenham menos trabalho com tais profissionais.

O curso acontecerá nas segundas feiras, das 17 às 22 e começa no próximo dia 9 no Hotel Barra Beach na Av. Sernambetiba, 1.120. O grupo terá no máximo 20 alunos. O valor do curso é 700 reais, mas é possível conseguir um desconto de 15% caso as inscrições sejam feitas até o dia 30 de outubro. 

Para a produção do DVD, Alexandre irá trabalhar com os modelos que costumam ser bem aceitos entre os produtores de elenco. Alexandre entrevistou alguns produtores de elenco e descobriu quais são as informações mais importantes para colocar na capa e na contra-capa e o que deve ser evitado como:
efeitos mirabolantes, músicas...  Ele garante que é preciso considerar que o tempo do produtor de elenco é precioso, por isso o mais importante é mostrar um trabalho profissional de impacto : um monólogo e um testemunho são elementos importantes. Ele aconselha a não usar fotos no início do vídeo e evitar cenas de teatro. Um bom menu de navegação também facilita a análise do produtor e o uso de diferentes gêneros possibilita apresentar a versatilidade do ator.




Mais informações sobre o curso: (21)3153.1910
institutoartisticobrasileiro@gmail.com


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Posso brincar?

Era uma vez um menino que se chamava Pedro e adorava carros. O pai dele não tinha muito dinheiro, mas era habilidoso e fazia carros incríveis usando sucatas. Depois, os dois passavam horas brincando. Um dia, Pedro resolveu visitar seu primo Antônio e decidiu levar seu carrinho preferido para que os dois pudessem brincar. Mas ao chegar no quarto de Antônio, Pedro ficou maravilhado com os carrinhos expostos. Pena que eles estavam em prateleiras tão altas que nem Pedro nem Antônio conseguiriam alcançar! Os carrinhos de Antônio brilhavam tanto que pareciam ter acabado de sair da caixa. Pedro, muito sem graça, escondeu seu carrinho embaixo da camisa. Mas Antônio percebeu e perguntou: o que você tem na barriga? Quando Pedro mostrou, os olhos de Antônio bilharam:

_ Oba, um carinho! Vamos brincar?
_ Tá maluco? Com tantos carros incríveis, vamos brincar com esse?
_ Com aqueles eu não posso brincar porque papai não deixa. Disse Antônio com muita tristeza.
_ Que graça tem ter tantos brinquedos se a gente não pode brincar com eles?
_ Eu não sei. O meu pai é muito ocupado e não tem tempo para explicar essas coisas. Acho que ele não quer que os brinquedos estraguem, porque muitos foram do meu tataravô. Papai diz que meu filho também deve cuidar dos carrinhos para que os outros vejam como sou privilegiado
_ Quer dizer que seus filhos também não poderão brincar?
_ É, acho que não.
_ Toma. Pode ficar com o meu carrinho! Depois eu e o meu pai fazemos outros.
Pedro foi para casa se sentindo um menino muito feliz.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Expedição Gelada

ontem fui convidada para participar de uma exposição que da Escola Parque levou para o Planetário, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Fiquei encarregada de apresentar ao público a expedição Cape Farewell que levou nossos alunos Victor e Amanda  para o Ártico na companhia de artistas, cientistas e de estudantes de diversos países. Essa fascinante viagem, proposta pelo conselho Britânico, foi planejada para que os jovens pudessem ver de perto o impacto do aquecimento global, desenvolver pesquisas e partilhar os conhecimentos adquiridos com seus compartriotas.



O mapa acima mostra a trajetória que nossos alunos percorreram. Ele é um dos elementos da exposição que está no Planetário além das fotos e do documentário que os alunos produziram para mostrar parte do que eles aprenderam nessa aventura que durou 20 dias.

 O documentário destaca o trabalho que a equipe desenvolveu, coletando dados como temperatura, umidade, força do vento e análise do plâncton. Esse trabalho de filmagem que serviu como um diário de bordo, foi usado na matéria abaixo, produzida pelo Fantástico.



Os visitantes fizeram várias perguntas sobre a expedição mas uma das questões mais frequentes foi sobre o critério para a escolha dos alunos. Expliquei que quando a escola recebeu a proposta, vários alunos se interessaram, mas uma condição limitava o tamanho do grupo: o inglês dos candidatos deveria ser fluente. Em seguida, os interessados que dominavam o idioma se reuniram para pesquisar o tema e produzir um vídeo para que os organizadores escolhessem os dois participantes. A experiência foi enriquecedora para todos os alunos que se envolveram no projeto. A aprendizagem se deu durante a preparação para a viagem e na medida em que atuaram como colaboradores em terra, enviando para os viajantes dados do Brasil para serem comparados com as informações coletadas durante a viagem. É provável que a escolha de Victor e Amanda levou em consideração o engajamento dos alunos. Assim, pude falar para os estudantes de escolas públicas que nos visitavam que é preciso estar preparado quando uma oportunidade chega e que, nem sempre importa que sejamos brilhantes, mas o engajamento é um diferencial que pode mudar a nossa história.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cinema & Educação


Se você é educador e gosta de fazer do cinema um espaço privilegiado para a aprendizagem, não pode perder a terceira edição do "Ciclo de mídia e educação", que discute formas de aliar novas tecnologias à educação em sala de aula. A palestra acontece amanhã (terça-feira), no Cinema Nosso, na Lapa, às 18h. A palestrante desta edição é Moíra Toledo, coordenadora do panorama Formação do Olhar, do Festival Internacional de Curta-Metragens, de São Paulo, que exibe videos realizados por oficinas e projetos sociais. A entrada é gratuita!

Os interessados devem se inscrever pelo telefone 2505-3300 ou na sede do Cinema Nosso, rua do Rezende, 80.

Sugiro também o livro ao lado, de Rosália Duarte, que trata o tema de forma clara e direta. Para essa autora, o cinema é uma atividade que promove a socialização e a inserção no mundo da cultura.

Gota d'água

por Luis Santos




O que nos leva a sentir o que sentimos, quando os sentimentos não são exatamente os de paz, amor e tranquilidade? A vida nos prega surpresas indesejadas. Mas de certa forma é melhor viver com surpresas. Sem emoções, quaisquer que forem, a vida é muito monótona.

E nos dá a oportunidade de ver a vida, ou de reinventá-la, de outra forma.

Mas a mudança, muitas vezes provocada por uma gota d'água, pode ser muito difícil e penosa. Mas encaremos as mudanças como dádivas, sejam lá quais forem elas.

Mas não se iludam com a gota d'água. Ela apenas é a que transborda o copo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Filhotes de Menopausa

Filhos são a nossa maior herança, mas é melhor não tê-los quando não se sabe dar limites. Parece que isso foi o que inspirou essa propaganda genial:



O que mais me toca, quado vejo essa cena é a cara de apatia do "pai". As pessoas o olham como se dissessem: eduque o seu filho. Mas ele não faz nada, porque educar exige disposição. Talvez por isso, não seja boa idéia ter filhos depois de certa idade. O problema é que para a nossa geração, essa é a regra: as mulheres não querem ter filhos antes de fazer o seu pós-doutorado! Aí chegamos, estou falando comigo também, aos 38 anos ou mais para uma consulta que irá planejar a primeira gestação. Bom seria se nossos ginecologistas nos orientassem sobre os riscos que corremos com o nosso velho óvulo. Mas não é só isso: podemos não estar preparadas fisicamente para encarar a energia de uma criança. E elas, astutas como são, percebem logo que estão no controle e dominam sem medo de ser feliz. Como a sociedade tem sofrido com o excesso de confiança que implantamos nos nossos filhotes de menopausa!

Amizade Feminina

Hoje desci para a piscina e fiquei observando como as mulheres se relacionam, das mais novinhas às mais vividas, com um cuidado e uma capacidade de entrega que não é comum entre os homens. Me lembrei dessa apresentação:



Deu uma saudade das minhas amigas...

sábado, 17 de outubro de 2009

Busca Ecologicamente Correta




Existe um site de busca na internet, chamado eco4planet, que tem uma proposta interessante:

- A promessa de plantar uma árvore a cada 50.000 consultas - fica disponível no portal o número de mudas atingido.

- O fundo preto da tela, que a princípio gera estranhamento, acaba por descansar os olhos e economizar 20% da energia do monitor (as práticas responsáveis quase sempre acumulam vantagens).

A iniciativa é nova (a contagem das árvores começou mês passado), e vale a pena divulgar.

http://www.eco4planet.com


Informática - Submarino.com.br

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Atores: da Grécia à Modernidade

Na quarta-feira passada, durante a aula de teatro do professor André Mattos, refletimos sobre a responsabilidade do ator na construção da cena.  Dedé falou da importância da atitude: para desenvolver a pesquisa que faz o ator entender o personagem e seu contexto e que faz o ator não se comportar como um robô que simplesmente executa comandos. Ele criticou os atores que querem tão somente aparecer, sem investir tempo e energia necessários para que o personagem seja marcante, tanto para a vida dos espectadores como para quem o interpreta.

Depois Dedé nos presenteou com uma palestra da Dina Moscovici, uma professora faz parte da história do Tablado. Ela começou falando da missão dessa escola de teatro: formar gente. Segundo ela, qualquer pessoa é capaz de decorar um texto, mas ser ator é algo maior.

Dina nos contou um pouco de sua trajetória, lembrando que na juventude, foi estudar economia em Paris, mas acabou ingressando na mais importante escola de cinema. Foi na França que ela conheceu  Maria Clara Machado em um testes de elenco. Pouco depois ela  decidiu ingresssar na carreira de atriz.

Como estamos imersos no universo de Nelson Rodrigues, montando cenas, adaptando crônicas e pesquisando sobre a vida desse inquietante dramaturgo, Dedé queria que compreendessemos o universo das tragédias gregas e por isso trouxe Dina, que é especialista no tema.

Dina iniciou sua exposição peloo elemento central do teatro que é o conflito. Sem conflito, não existe o teatro, mas esse conflito ganha novas características com o contexto histórico. A tragédia é uma forma de teatro, da época dos gregos, século V, antes de Cristo, quando a sociedade era palaciana: o palácio era o centro, o poder era centralizado no rei. A tragédia grega contava a história do povo, de forma épica e o conflito da tragédia é a intervenção dos deuses no destino dos homens. Nas histórias, deuses coabitam com os homens, intervindo nos destino dos humanos. Como os deuses governavam, eram eles quem determinando o destino fatal dos homens. Édipo, por exemplo, não escolheu ser insestuoso, mas estava pre-determinado. Ela também trabalhou o conceito de hybris, explicando que o homem do mundo grego era castigado todas as vezes que não respeitar os limites definidos pelos deuses. Os personagens que possuiam um poder especial, como desvendar enígmas caíam na hybris porque tentavam se igualar aos deuses. Na trabédia grega, o conhecimento é mágico e os mitos tornam o mundo material tangível.

Ela nos contou que até hoje a sociedade revive lições desse período. Um exemplo é o uso do tapete vermelho, uma honraria que até hoje é usada para dignificar os famosos, como aconteceu recentemente no festival de Cinema do Rio.

Aprendi com Dina que Édipo foi um marco porque, através dele, pela primeira vez o homem se assumiu como homem dando conta de sua liberdade: Édipo se adianta ao destino, perfurando os próprios olhos.

Dina nos motivou a estudar a Mitologia Grega destacando a riqueza de conhecimentos que pode ser obtida através da Odisséia, principalmente para o leitor que vai ao encontro do que as palavras querem dizer. Ela também explicou que na tragédia, a oratória simboliza a briga pelo poder, uma vez que a palavra dá a possibilidade do diálogo. Nas tragédias, o despojamento caracteriza a ação cênica, sendo o oposto do naturalismo, por isso os atores usavam máscaras e grandes plataformas. As cenas, que mostram os conflitos entre deuses trazem poucos objetos e revelam a submissão do homem diante do não saber.

Dina não acredita ser possível fazer teatro grego. É possível apenas estudá-lo e a inspiração, resultante dessa pesquisa, pode trazer a tragédia grega para o palco.

Dina também nos remeteu para outros períodos históricos. Na idade média, Deus passa a ser único e não habita com os homens. Nesse período, o teatro passou a reproduzir a vida do filho de Deus, contando e recontando a paixão de Jesus. Os altos sacramentais expostos nas igrejas exemplificam essa representação. No renascimento marcou o descobrimento do homem como indivíduo: cada olhar ou gesto representados buscavam captar diferenças que trariam a marca do sujeito. Na modernidade, a vida já não se passava no palácio e o homem moderno estava definitivamente abandonado pelos deuses. Ele se viu diferente e os desejos trazem conflitos. O conflito deixou de ser entre homens e deuses e passou  a ser entre indivíduos. Agora, vários cenários passaram a ser necessários no palco para representar esse homem cuja vida se passa em pequenos capítulos. Hamlet, por exemplo, ora está na festa da família, ora na alcova com a mãe, ora evocando  o pai. A astúcia do diálogo é a marca do teatro moderno, ou seja, aquilo que realmente está sendo dito, apesar das palavras. "Ser ou não ser, eis a questão", com essa frase Hamlet mostra que o homem sabe tudo mas não sabe o essencial. Dina defende que cada personagem deve ser tratado com a mesma importância. Na modernidade, o destino do homem já não é ditado por deuses e essa indeterminação torna o homem moderno singular e irresponsável.

Dina nos contou que Sartre achava que a marca do homem moderno é a má fé, uma vez que ele diz mentiras e exige que os amigos reforcem essa mentira. Para Sartre, ser livre é não coincidir-se consigo mesmo pois não existe  a possibilidade de não se envolver porque a abstenção também é uma escolha.  Como não há verdade sem engajamento, banalisar um trabalho é banalizar a própria vida. Para ela, não se interessar pelas obras de teatro é não dignificar o próprio trabalho.

Dina nos fez pensar que o palco é um lugar sagrado, onde a síntese da vida de diversas gerações acontece e que nessa atividade a indecisão supera a resposta. Assim como o autor quer dizer muito mais do que está escrito, o ator também pode dizer muito mais quando está em cena, quando permite que a história de vida dele penetre nas situações da cena.

Dina nos contou que o exercício da semente é repetido no mundo todo porque usa um objeto intermediário, a semente, permitindo que o sujeito experimente pensar nas suas origens e histórias que interferem na sua maneira de representar. Na nossa contemporaneidade, a vivência do ator passa a ser fundamental. O ator se identificava com o personagem e o público se identificar com o personagem vivido. Essa fusão promove o paroxismos do público que extravasa suas emoções enquanto assiste o espetáculo.

Dina também citou Stanislavisky que desejava entrar na alma do personagem, construindo um passado para ele, do mesmo modo em que os expressionistas buscavam a decomposição das cenas que pintavam.

Outro autor citado foi Bertolt Brecht que defendia que não basta conhecer o personagem, mas compreender a circunstância vivida pelo personagem, como os acontecimentos politicos e a posição geográfica onde acontece a cena. O teatro épico de Brecht faz o espectador sair dilacerado ao mostrar que tudo que acontece no mundo não deve ser visto como natural e isso chega na profundidade de cada homem do mesmo motivo que faz o cavalo de Maria Clara Machado ser azul: dentro dela ele era azul.


Fiquei curiosíssima para conhecer o curso de improvisação de Dina, chamado "Aqui e Agora", um teatro que é feito na hora e que propõe estímulos para fazer psicodrama. Com esse trabalho, ela espera atingir aqueles que se propõem, através do teatro, enriquecer a vida. Quem sabe eu encontro um tempinho para conferir?




quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Parabéns Educadores!!!

Que presente merece quem tem sempre uma palavra amiga e ensina com carinho e paciência, dedicando considerável parte de seu  precioso tempo para planejar as aulas e desenvolver novas estratégias de aprendizagem, motivando seus alunos a mergulharem em temas instigantes e ainda fazem milagres com o salário (Ó) para investir em formação?

Desejo à todos os meus colegas de profissão que recebam das escolas e dos alunos um presentão!
Como diria minha amiga Lanqui, "não me venha com lembrancinhas!".

Aos professores que marcam a vida de seus alunos, essa singela canção:

Siga seu sonhos! Só assim eles se realizam

 por Luis Santos


Até onde falta de dinheiro e recursos são motivos ou desculpas para não realizarmos projetos que sonhamos?

Diariamente recebemos notícias heróicas de pessoas que conseguem realizar feitos extraordinários com pouco ou nenhum dinheiro. E muitas vezes admiramos imediatamente estas pessoas, elevando-as mentalmente à condição de heróis. E pensamos porque nós mesmos não somos estes heróis. O que nos falta para dar o passo inicial?

Dois destes casos me chamaram à atenção recentemente. No primeiro o japonês Keiichi Iwasaki resolveu conhecer seu país de uma forma ao mesmo tempo simples e complicada: de bicicleta! Saiu de casa com menos de três reais, aos 28 anos, em 2001.



A viagem correu tão bem que resolveu estender sua viagem. Hoje, aos 37 anos, pode ser orgulhar de conhecer tantos países quantos anos de vida.

Seu projeto continua. Sua idéia agora é chegar à África. E depois ao Rio de Janeiro.


No segundo caso temos a brasileira Fernanda Pires, residente em Michigan, EUA.



Contando apenas com o dinheiro da passagem, e com equipamento emprestado, realizou o documentário "Unbreakable Chain", que retrata a dura realidade de um país devastado pela AIDS. Em Uganda, na África subsaarina, estima-se de 10% da população é soropositiva, taxa que dobra nas regiões rurais.

A AIDS é uma doença trágica na economia de uma nação. Atinge priomordialmente a faixa etária mais produtiva do país, compremetendo a economia, e portanto prejudicando à todos.

Um caso exemplar, retrato por Fernanda, é de Teresa. Aos 70 anos cuida sozinha dos 10 netos. Os cinco filhos, mortos pela AIDS, repousam enterrados no próprio quintal.

Leia uma entrevista com Fernanda aqui.


Até onde falta tempo tempo ou dinheiro para você realizar seus sonhos? Ou o problema é outro?  Nunca é tarde demais.


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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mães & Trocas

Uma das coisas mais divertidas quando se é mãe é viver trocando descobertas com outras mães. Hoje, por exemplo, recebi a dica do livro de poemas para crianças de Segio Meurer, chamado "Cada coisa que parece". 


Quem me presenteou com essa idéia foi a Raffa, mãe da doce Stella que é super-amiguinha da Luisa na Escola Parque. Raffa foi tão generosa, que enviou um trecho do livro:
 
A lua brinca nas curvas
das coisas enluaradas,
pulando na crista da onda,
velejando nas jangadas...
brinca na coisa inteira,
no pedaço, na fatia,
no chapéu de couro,
no sabor da melancia.
A lua deita na rede
quando fica cansada
e se alguém acha graça
brinca também na risada.


É uma delícia proporcionar beleza de palavras e gestos aos nossos filhos. Já imaginou se todas as crianças tivessem acesso à educadores - pais e professores - capacitados? Dê uma olhadinha no vídeo abaixo, mas cuidado, as imagens são fortes!







 


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terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Criança Alheia


Eis uma das cenas que faremos na segunda "Farra de Nelson" no Teatro Tablado em novembro. Esse evento reunit´s cenas de Nelson Rodrigues, dirigidas por André Mattos e encenadas por uma galera muito talentosa - juro que não é corujice! Se duvida, pergunte à quem esteve na primeira noite.

Escrevi essa adaptação a partir da crônica homônima do livro “A vida como ela é” .


Elenco:

Ofélia – Silvania Santos
Detinha – Giulia
Lauro – Heder Braga
Médico – Maurício
Tia – Maria Helena
Mordomo - Hamilton
Ama - Flávia


No palco estão Detinha e Ofélia quando entra o mordomo oferecendo chá.

MORDOMO - Seu chá, madame.

Ofélia e Detinha se servem, enquanto a Ama entra:

AMA - Princesa, não se esqueça que hoje você tem aula de balé, violino, hebraico e esgrima.

OFELIA (pigarro) – Detinha, posso te fazer uma pergunta? E tu me respondes com sinceridade?

DETINHA Ora mamãe! Mas evidente!

OFELIA Você gosta de Lauro?

DETINHA Gosto, sim. Como não? É meu noivo, não é? Devo gostar.

OFELIA Isso não é resposta. Quero saber se você o ama ou não.

DETINHA (custando a responder) Não, mamãe. Não amo meu noivo.

OFELIA (pasma) Então, você me desculpe, minha filha, mas acho muito feio o seu procedimento. Não ama e vai casar? Por quê?

DETINHA (trincando as palavras nos dentes) Porque quero um filho. E preciso ser esposa para ser mãe.

OFELIA (com as mãos na cabeça) Que mentalidade!

Detinha sai de cena.

OFELIA (para o público) Viu só? Essa aí sempre gostou de criança. Mesmo das mais sujinhas, de pé descalço e cheias de lêndias e feridas. Quando ela tinha dez anos, surpreendia e escandalizava nossos parentes e vizinhos ao dizer "Eu queria ter um filho, mamãe!”. O pai dela, mordendo um charuto só bufava: “Que palpite indigesto!”. Não sei se fui eu ou você que explicou para ela que para ter filho era preciso casar. Só sei que três anos depois Detinha começou a namorar. Fiquei uma fera. Mas não adiantou dizer para ela que estava cedo e que ela precisava se concentrar nos estudos. A idéia fixa continuava: “Quero um filho mamãe” E quando eu tentava falar com meu marido sobre meus presságios, aquele traste explodia: "Sossega o periquito!”
Na verdade, Detinha sempre foi uma ótima filha: pensava por todas as cabeças aqui em casa. Mas pra conseguir o que queria ela foi capaz de me desobedecer. Sem dizer nada a ninguém continuou o namoro às escondidas com Lauro. Era o relacionamento mais doce, mais inofensivo do mundo. Ele mais velho que ela dois anos, parecia mais um irmão que um namorado. Uma vez, cheguei bem na hora que ele tentava beijá-la.

O casal na outra ponta do palco. Lauro tenta beijar Detinha.

DETINHA Olha que eu não falo mais com você!

LAURO Está bem, está bem.

DETINHA Eu quero ter muitos filhos. Meia dúzia, no mínimo.

LAURO (assustado) Meia dúzia?

DETINHA Por que não? E olha, está na hora de contar para a mamãe.

LAURO (apavorado) Você tem certeza?

DETINHA Claro. Já escondemos isso por três anos.

OFELIA  O que é que vocês esconderam por três anos?

Lauro tremendo, se esconde atrás de Detinha que segue decidida em direção à mãe.

DETINHA Escondemos o nosso romance Mamãe. Mas agora eu queria que a senhora consentisse, porque eu já tenho 16 anos e queria casar.

OFELIA (fera) Onde é que nós estamos? E fique sabendo: você não se governa!

DETINHA (cresce para cima da mãe) Ou a senhora consente, ou  eu fujo. Depende da senhora.

OFELIA (esgar de choro) Consinto. Não é isso que você quer? Consinto. Pronto.

Algumas cenas para representar o desinteresse de Detinha. Em certo momento, enquanto Detinha bocejava na frente de Lauro, Ofélia chama a filha para um canto.

DETINHA Mamãe, tanto faz que seja Lauro ou qualquer outro. O que eu quero, apenas, é um pai para meus filhos. Só. O resto não me interessa nem me preocupa.

OFELIA Acho esse noivado, tão sem graça, que vou te fazer a seguinte pergunta: Ele já te beijou?

DETINHA Não.

OFELIA Logo vi! Está na cara!

Detinha no palco com o telefone.

DETINHA Mamãe? Ainda não estou sentindo nada! (intervalo) Como assim, o casamento já foi à quinze dias! (intervalo) Você não sabe dizer outra coisa além de “Calma no Brasil"?

Detinha no palco com o médico.

DETINHA Será que estou, doutor?

MÉDICO (sorrindo e colocando a luva) Detinha, minha filha, eu te conheço desde criança e sei o que você quer. Vamos ver isso direitinho, está bem? (examinando)

MÉDICO Por enquanto não há novidade.

Detinha anda desesperada em direção à Lauro.

DETINHA Todo mundo tem filho. Será que só eu que não? Parei contigo, puxa!

Volta para o médico

DETINHA E, então, doutor? 

MÉDICO (suspirando) Nada.

Lauro chega e Detinha está aniquilada.

DETINHA (com ódio) Você sabia, porque eu lhe disse, que eu não o amava. Casei-me para ter um filho! Só. E será que não vou ter essa sorte?

LAURO (doce) Vamos esperar, meu anjo. Vamos esperar mais um pouco.

DETINHA (olhando Lauro de cima à baixo) Se não me deres esse filho, eu vou te odiar até  meu último dia de vida.

Detinha sai por um lado do palco e retorna pelo outro lado, falando ao telefone.

DETINHA Como assim negativo doutor? Cinco meses! Será que o meu sangue não combina com o do meu marido?

Ela desliga o telefone e convoca o marido.

DETINHA Você vai ao médico, ouviu? Eu quero saber se você pode ou não pode ter filhos.

LAURO (pálido) Ir ao médico?

Lauro tem uma súbita crise de choro.

LAURO Eu não preciso ir ao médico, porque já fui! Não posso ter filhos! Não posso...

Detinha olha para o marido sem pena, com desprezo e asco enquanto vê Lauro chorando. Ela cruza os braços

DETINHA Tomarei minhas providências!

Ambos saem do palco.

OFELIA (sentada na primeira fila, fala com alguém no público) Você não acha isso estranho? Os dois vivem debaixo do mesmo teto, são marido e mulher e passam dias inteiros sem uma palavra, um olhar, um sorriso.

Lauro chega cabisbaixo entrando pelo fundo da platéia. Uma senhora se levanta da platéia e vai ao encontro de Lauro com os braços abertos dizendo o nome Lauro de vários modos diferentes.

LAURO (sem graça) Oi tia Moema. Como vai?

TIA Meus parabéns! Até que enfim!

LAURO Parabéns por que?

TIA Soube que detinha vai ter neném!

Lauro larga a tia e sai correndo. No palco Detinha valsa, sozinha, ao som do rádio. Ela estaca, ao vê-lo.

LAURO É, então, verdade?

Detinha recua apavorada.

DETINHA E se for?

Lauro aperta a mulher bruscamente.

LAURO Eu amarei essa criança como se fosse meu filho!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia da Criança Inteligente

12 de outubro, um dia para lembrar que ter uma criança é uma grande dádiva



Para quem ainda não presenteou a criança que brilha em sua vida, sugiro livros! Mas não é qualquer livro: procure por autores que respeitam a inteligência dos pequenos. Pensando em alguns nomes, começo por aquela que em 2004 recebeu o maior prêmio da literatura infanto-juvenil do mundo: Lygia Bojunga e que nos brindou com os imperdíveis: "Os Colegas", "A bolsa amarela", "Retratos de Carolina" e "O sofá estampado".

Marcelo Xavier é outra figurinha que precisa ser apresentada para a garotada. É impossível não se apaixonar pelos bonecos que ele molda em massa plástica e com as cenas que ele cria em seus livros. Além de ilustrador, Marcelo multiplica a sua arte ao oferecer oficinas para adultos e crianças. Duas opções de títulos de Marcelo: "Asa de Papel" e "O folclore de Mestre André"

Ana Maria Machado é a minha preferida! Ela trata com doçura os temas densos e urgentes. Por isso, seus livros, como "Bisa Bia, Bisa Bel", "Menina bonita com laço de fita", "Tudo ao mesmo tempo agora" são campeões de venda.  

Pedro Bandeira também é habilidoso no tratamento de questões cotidianas. Entre seus livros mais importantes estão "A droga da obediência", "A onça e o saci" e "Agora estou sozinha".

Ziraldo dispensa comentários. Seus inconfundíveis traços ganham força com um texto bem humorado. Além de "O menino Maluquinho", as crianças precisam conhecer "Planeta lilaz",
e "Menina Nina".

Esses são apenas alguns nomes. Eu poderia falar de João Carlos Marinho, de Tatiana Belinky, de Mariana Massarani, de Joel Rufino dos Santos, de Moacyr Scliar, de Flávio de Souza... mas se você estiver realmente disposto à encontrar autores que mereçam ser lidos pelas crianças, certamente não precisará procurar muito.


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Não me peça de graça a única coisa que tenho para vender!

Hoje, homenageando Fernanda Montenegro pelos seus vitaminadíssimos 80 anos, quero partilhar dois vídeos que conheci graças à comunidade Central de Atores. O primeiro, Relação cliente fornecedor no mundo real" mostra situações surreais de pessoas que desejam consumir ou já consumiram um produto, mas se recusam a pagar por ele.



É abominável ver tanta gente querendo consumir a energia de um ator sem pagar nada por ela, ou ainda, pagando muito menos que aquela energia vale. O que pensar de uma produtora que destina verbas para tudo, exceto para o elenco? Os escritores também costumam sofrer com esse descaso. Vejam esse depoimento real:



Quem é do ramo, já conhece essa realidade, mas sugiro à todos que não são atores, roteiristas ou afins, que visitem a Central dos Atores ou outros espaços destinados à classe e passeiem pelos fóruns. Vocês ficarão impressionados com a quantidade de pedidos de atores voluntários. Já imaginou alguém publicando: precisa-se de padeiro voluntário, manicure que queira trabalhar de graça, médicos dispostos à trabalhar horas e horas sem ganhar dinheiro... Tal prática deve ser vista como exploração e as autoridades, a classe e a sociedade deveriam acordar. Caso contrário, não teremos atrizes como Fernanda: é necessário investir de fato para que Fernandas encantem o mundo ao nos ensinar a não andar com os pés no chão.



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domingo, 11 de outubro de 2009

Sentimento ilhado, morto amordaçado, volta incomodar

a aula de teatro já estava terminando, quando um amigo saiu atordoado dizendo que um colega da academia onde ele trabalha havia morrido. Mais tarde, fiquei sabendo a causa morte: suicídio. Um garoto novo, ele dizia, se enforcou no próprio cinto. Fiquei com essa história na cabeça, imaginando as camadas soterradas dessa história trágica. Imaginei a mãe com seu filho morto no colo dizendo: nada era mais importante que você continuar vivo, meu filhinho.

Depois pensei nos meus alunos que vivem a aflição de escolher a carreira profissional. Vejo muitos jovens apaixonados por um caminho, tomando direções opostas para agradar alguém. Tenho alunos sonhando em fazer teatro, mas para agradar seus pais, resolvem tentar direito. Ou vice-versa. Se esses pobres moços soubessem o que eu sei, não viveriam por menos do que aquilo que eles amam de fato. Simplesmente porque são capazes de conseguir o que querem, não precisam se conformar com menos. Amordaçando os sentimentos verdadeiros, viverão sempre angustiados e poderão não suportar.

No vídeo abaixo Fagner e Baleiro cantam uma lição de coragem: é preciso lutar pela profissão e pela pessoa que amamos.



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sábado, 10 de outubro de 2009

Aguçando o olhar



O trabalho de escolha de vídeos do YouTube foi um sucesso! Os alunos procuraram vídeos sobre replicação do DNA e enviaram para o blog com comentários. Em sala, assistimos e discutimos tais vídeos. Segundo os alunos, o trabalho exigiu que eles assistissem diversos vídeos, o que colaborou para a apreensão do assunto. Dessa vez, eles prometeram cumprir a tarefa sem pressa, caprichanco nos comentários.


O novo desafio é buscar filmes sobre Síntese de Proteínas. Enquanto esperamos os vídeos que eles irão sugerir, vamos ver o vídeo abaixo que mostra em detalhes os elementos que participam da síntese de proteínas e o processo de prolongamento do polipeptídeo:



Agora, vejam o primeiro vídeo, selecionado por minha dedicadíssima aluna Camila Dumont:


De acordo com Camila, o vídeo é em inglês sem legenda, o que a princípio atrapalha o entendimento, porém a sua representação gráfica é muito boa, sendo nítida e simples. O vídeo apresenta os principais pontos da tradução, apresentando as estruturas e mostrando o processo em si.

Adorei Camila!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ver-te


Ultimamente, Luis tem revelado seu ser poético. Vejam:

Ver-te é uma dádiva Quando adentras meu campo Meus olhos acendem Eles te miram E informam ao coração Antes do cérebro Que estás perto  

Se estás perto Posso tocar-te Acariciar-te Cheirar-te à exaustão No mais escondidos recantos Banhar-me nos doces riachos Deslizar pelas colinas Beijar seu picos Perder-me nas matas Adentrar as tocas 

Se estás longe Sou somente eu E mais ninguém Sou o confuso O que tem medo O que não sabe Para onde ir Ou se é preciso Ou não, ir 

O dilema que hoje Atravessa meu peito Me tira a razão Será que eu me mereço Assim? 

Sim, agora quero seu desejo Queria que eu fosse o primeiro O único Que as dúvidas Que certamente surgiriam Fossem geradas Somente por mim 

Estranho que Não fostes nem a única Nem a primeira Mas na realidade És

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A força da maternidade

O blog Somente Boas Notícias surgiu com uma proposta interessante: fazer um clipping descompromissado das notícias diárias, focando em somente... boas notícias! Será que devemos mesmo nos abstrair das notícias más? Se sim ou não pouco importa. Ter um canal dedicado somente às boas notícias é uma dádiva.

O post de hoje relata o caso incrível da bibliotecária britânica Karen Morrisroe-Clutton, de 32 anos. Ela, que estava em coma depois de uma infecção pela bactéria Escherichia coli, conseguiu forças para superar a adversidade ao ouvir a voz de seu bebê, de apenas dois meses!




Karen diz que chegou a pensar em querer morrer, durante o coma. Ao ouvir a doce voz de seu filho, ela mesmo diz: "Ouvi Ollie e pensei que queria muito viver!"

Como é bom sentir este sentimento mágico que é o amor que temos pelos nossos filhos. Tenho a sorte grande de ter uma filha maravilhosa.

E dela ter, como mãe, A Educadora.

Deixo com você a bela música Russians, de Sting.  Nos anos 80, de Reagan e Kruschev, era grande o medo de uma guerra nuclear entre EUA e antiga URSS. Sting resume sua esperança de que isso não ocorra de uma forma simples: "espero que os russos também amem suas crianças".



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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Do Blog para a TV aberta: um salto para o futuro

Ainda tenho muito o que contar sobre o encontro de autores de blogs científicos que aconteceu em Arraial do Cabo no último dia 25. Clique na foto abaixo para ver a galera:




Lacy Barca, autora do blog "Amiga Jane" compartilhou conosco os dados de suas investigações sobre o espaço da ciência na TV brasileira e apresentou um panorama dos programas de divulgação científica na rede aberta, que atualmente é composta por seis redes comerciais e uma pública. Ela lembrou que a TV a cabo atinge menos de dez por cento da população brasileira e que o espaço da ciência na programação da tv aberta é discretíssimo. Os programas de entretenimento, por exemplo, ocupam cerca de 500 h semanais, os de Religião 190 h/semanais, os de informação 124 h/s, mas aos programas de Ciência, tecnologia e meio ambiente são destinados apenas 8,5 horas semanais. Atenção: esse curto período semanal compreende ao total da programação das seis emissoras!



Fiquei impressionada quando ví os números que Lacy apresentou: a TV Brasil tem APENAS 7 horas semanais de ciência, a TV Glogo 1,5 h/s e as redes Band, Rede TV, CNT, SBT e Record não oferecem nenhum programa que possa ser considerado de divulgação científica! A missão das emissoras de TV aberta não deveria ser veicular informação, entretenimento e educação?

Lacy nos contou que quando fazia o doutorado, se debruçou sobre a ciência no telejornalismo. Nesse estudo, ela descobriu que até 2000, os telejornais destinavam, em média, 10% de espaço para as matérias ligadas à ciência. Essas matérias incluem pesquisas realizadas em outros países, em centros de pesquisa brasileiros e as campanhas de saúde.

Me fez lembrar de um trabalho que realizamos durante o mestrado avaliando a cobertura dos temas ligados à ciência nos jornais de grande circulação. Aprendi nessa análise que o espaço reservado para a ciência nos jornais impressos também é limitado e que esse espaço privilegia pesquisas vindas de outros países. Na época pensei que eu deveria continuar essa pesquisa com os meus alunos do ensino médio, porque concluí que é importante formar leitores críticos para artigos científicos. Mas até hoje não tive a chance de desenvolver tal projeto.

Me interesso muito em saber como a ciência aparece na mídia e que ciência é essa. Lacy nos contou que essas questões estão sendo levantadas na pesquisa do Museu da Vida.

Lacy nos fez lembrar de vários programas que enfocaram ciência na TV aberta brasileira como o Telecurso 2000, a Globo Ciência e outros ainda mais antigos como o Nossa Ciência e o Repórter Eco. Ela exibiu trechos de programas que retratam a ciência, como a telenovela A ciência em casa e um programa do O Globo Ciência que trata a divulgação científica.

Como exemplo de produção em canal à cabo, Lacy trouxe Ponto de Ebulição, um trecho onde Gabriel Pensador fala de clonagem. Ela alfinetou a velha estratégia de edição "Povo fala", que destaca falas absurdas, representando a idéia leiga em contraste com a opinião qualificada de um cientista. Para Lacy, a mensagem que fica é a ignorância do povo: vamos deixar quem entende do assunto dar o seu parecer.

Lacy também mostrou algumas peças de interprogramações ótimas, criadas para divulgar o Prêmio Jovem Cientista de 1999 e partiu da história de cientistas brasileiros, como Carlos Chagas.

Lacy explicou que, de outubro à final de dezembro existe uma grande demanda de comerciais, tomando o espaço das peças interprogramações usadas como campanhas sociais. Mas em outras épocas do ano, a TV recebe vídeos que ela recebe e divulga, muitas vezes assinando junto. A produção de tais programas depende da demanda. Tivemos a chance de ver as belíssimas campanhas da Ciência Hoje que usavam como slogan "Ciência é profissão, ciência vale a pena"; "Ciência é juventude e aventura: e "Ciência é a base do futuro". Pena que não encontrei tais imagens para inserir aqui para vocês assistirem também...

Pensando na política de exibição dos programas de ciência, Lacy explicou que na TV Brasil, por exemplo, alguns programas permanecem no ar por mais de 3 anos. É o caso do programa 100% Brasil. A nova programação dessa emissora inclui animações simples e interessantes. Lacy nos mostrou trechos de "Assim que funciona" e "Albert", que farão parte da programação infantil e do programa "Ciência nua e crua" uma proposta de divulgação científica para adultos.

Para falar do interesse da população pela ciência, Lacy citou o programa Globo Ciência, que mesmo indo ao ar às 6,5 da manhã, é visto por seis milhões de pessoas! Perguntada sobre o programa Globo Rural, ela explicou que não considera ser esse um programa científico, pela especificidade do público, embora reconheça que algumas questões científicas sejam tratadas nos programas afins.

Lacy lembrou que em diversos países, os departamentos de ciências dasTVs públicas tem abundância de recursos e conseguem produzir programas de grande sucesso de audiência.
Envolvidíssima na restauração de programas antigos, Lacy nos contou que essa atividade exige investimento para recuperar conteúdos que ainda estão em formatos antigos: os equipamentos que convertem mídias são caros e escassos.

Lacy insistiu no poder de sedução da ciência. Ela lembrou que os programas científicos também fazem sucesso em outros espaços como o "projeto ciência às seis e meia", um programa de auditório que está sendo relançado no Rio de Janeiro.

Lacy ressaltou que desde 02 de dezembro de 2007 a transmissão é digital e que o telespectador não está mais passivo na poltrona: a televisão está na mão de muitos espectadores o tempo todo. O aumento da oferta de produção de baixo custo, origina conteúdos inovadores que são inclusive transmitidos com exclusividade para celulares
Para ela isso é indício de um futuro promissor para quem produz conteúdo científico: como nós blogueiros da ciência! Lacy sugere que os blogueiros produzam mais audiovisuais e coloquem em seus blogs. Ela nos contou que as emissoras estão ávidas por profissionais que trabalham com sistemas que promovam a conexão da TV com a Internet. E se tem um profissional que sabe linkar é o blogueiro!

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