quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Coisas que aprendi em Aracaju: as rendas irlandesas estão ameaçadas de extinção

Quando decidi ir para Aracaju durante as minhas férias de julho, era minha intenção conhecer as pessoas que vivem em pequenas cidades sergipanas e por isso peguei o ônibus até a rodoviária velha e lá aprendi algumas coisas. Não existe plataforma e é muito fácil se perder, mas quem tem boca


e  agilidade encontra seu ônibus. Você pode comprar as passagens dentro dele ou nos guichês. Opte pela primeira opção porque você pode perder o ônibus no intervalo de compra até achar o carro na caótica rodoviária que tem muitos ambulantes, passageiros com muitos pertences e fiscais gritando o nome de inúmeras cidades. Aconteceu comigo: não consegui chegar à Santana do São Francisco - ficará pra próxima. 

Mas tive êxito na empreitada de conhecer Divina Pastora para conhecer as mulheres que fazem as belíssimas rendas irlandesas. Depois de cerca de uma hora de viagem, a impressão que tive é que a renda irlandesa, patrimônio imaterial de Sergipe, está ameaçadas de extinção. Eu esperava encontrar muitas mulheres rendando: só encontrei duas! Pudera: um colar que leva três dias para ser concluído custa apenas 45 reais. E há quem ache caro. Para a maioria das rendeiras, não vale o esforço! Por isso elas migram para outras atividades e abandonam o ofício. Até porque o material é caro e de difícil acesso. Um trabalho delicado que leva tanto tempo para ser realizado deveria contar com o apoio da Universidade Federal e de diversas esferas do governo para que mais pessoas conhecessem e valorizassem essa arte, impedindo que ela se perca.