sábado, 18 de outubro de 2008

Sinópse da aula do "Eugênio"

O que é normal e o que é natural quando se fala em parto? Essa foi uma questão proposta na última aula do curso "Ecologia do Parto". Sob a luz de Wilhelm Reich refletimos os padrões de normalidade no ato sexual e no parto e no impacto do medo na capacidade de entrega nas duas situações.

Coincidência ou não, na terça passada eu e Luis fomos ao cinema conferir o novo filme de Isabel Coixet "Fatal" (Elegy - USA - 2007). Voltei para casa ruminando cada cena, pensando nos boicotes que ando fazendo por medo. O medo que dificulta a aprendizagem dos velhinhos que se inscrevem nos cursos de informática é o mesmo medo de amar que projeta me outra realidade: fantasia!

De volta à aula de ontem, ouvi sobre as civilizações que desenvolveram a couraça ao conviverem com situações de escassez como a fome ou climas rigorosos. Em contrapartida, aqueles que vivenciaram a abundância tornaram-se mais vulneráveis nas guerras, exatamente pela ausência da couraça. Tranquilidade demais, assim como o excesso de excitação podem ser igualmente nocivos.

O que tudo isso tem haver com o ato de partejar? A hipótese proposta é que se o profissional que acompanha a gestante é capaz de experimentar aquilo que Reich chama de "sensação de órgão", ou seja, se ele experimenta o que a gestante sente, é possível que essa mulher se liberte de algumas couraças que dificultam o parto. Dito de outra forma, para que no momento do parto ela consiga se entregar à experiência e liberar a ocitocina necessária, ela deve se livrar de parte dos medos. Assim, ela se torna ativa o suficiente para assumir o seu papel de protagonista no momento do parto. Talvez assim, a mulher assuma uma posição menos submissa - ao marido, aos padrões sociais ou à equipe que a acompanha - no parto e em outros momentos decisivos.

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