Segunda feira é o meu dia de contar histórias na creche Fazer Arte. Esse é o dia de me sentir nas nuvens! Passo a semana inteira pensando na história mais legal e em como interpretar os personagens, o modo de apresentar os autores, o cenário e a narrativa... A cada encontro, me surpreendo com as respostas das crianças: sempre tão verdadeiras. Hoje por exemplo, quando perguntei para uma das crianças: de quem é a voz que conversava com Bino (o personagem principal da história "Feliz aniversário, Lua" de Frank Asch)? Ele simplesmente criou um novo personagem e me respondeu: é claro que é da formiguinha, lua não fala! Nesse momento, me recusei a dar qualquer outra versão, simplesmente porque eu não seria capaz de encontrar algo mais criativo e inteligente.
Engraçado que no Brasil, o cidadão que comete um crime considerado leve é obrigado a cumprir uma "pena alternativa": fazer um trabalho social. Hoje as crianças da Fazer Arte me ensinaram que o trabalho social deveria ser encarado como uma recompensa. Já imaginou uma escola premiando os seus melhores alunos com uma dessas oportunidades: estar com crianças carentes; contar histórias para idosos; ensinar um ofício para moradores de rua, ou... tantas outras coisas que poderiam fazer esse aluno se sentir ainda mais gente de valor no mundo? Já pensou uma empresa premiando seus funcionários com essa mesma possibilidade? No mínimo teríamos duas oportunidades: mais pessoas de bem se envolvendo em trabalhos sociais e uma maior valorização dessa atividade.
O melhor mesmo seria transformar essa moda em status: sabia que fulano é voluntário? - nossa! - jura? - como ele conseguiu? - pai, quando eu crescer, quero ser voluntário!
Na montagem abaixo, os registros de um momento especial, quando levei uma aluna do sexto ano para experimentar um dia de voluntariado. Pela carinha dela e das demais crianças você pode perceber como essa experiência deve ter sido marcante para elas.
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