quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pra que mentir?

A mentira não protege: ela desampara o enganado, confunde o mentiroso e perturba o cúmplice. Esse é o mote do filme "Desde que Otar Partiu...". Uma história tão instigante que eu não conseguiria dormir sem contar para vocês. Três gerações de mulheres vivem juntas e precariamente em Tbilissi, a capital da Geórgia. A matriarca, Eka, encontra forças para cotinuar vivendo nas cartas e telefonemas que recebe de seu filho doutor, Otar, que foi para Paris tentar ganhar a vida em um sub-emprego. Ela não se entende com a filha Marina, mas tem um carinho especial pela neta Ada. Ela vai passear na casa de campo, quado a filha e a neta, que ficaram em casa, recebem a notícia da morte de Otar. Marina resolve montar uma série de estratégias para que a mãe continuasse recebendo as cartas de Otar e não desconfiasse do trágico fim de seu filho que caiu de um andaime. Ada parece incomodada em alimentar a mentira, escrevendo cartas em nome do tio morto, mas parece não ter forças para contar a verdade.


Uma das cenas bais belas do filme é quando a matriarca está subindo sozinha uma enorme escada em espiral. A escada, que talvez não por acaso remeta à estrutura do DNA, levará à verdade. A verdade que nem sempre queremos encarar.

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