O caso da mãe que carbonizou o filho abriu um debate para a questão da depressão pós-parto. Estamos acostumados com a imagem da mãe sagrada, protetora, repleta de felicidade pela chegada do filho e nesse paraíso não há lugar para a dor. Nesse modelo, a mulher não está experimentando severas crises conjugais e não sofre nem um tipo de pressão emocional: não é discriminada e nem tem medo de perder o namorado, o emprego, a dignidade... Essas mães estereotipadas definitivamente não se sentem ameaçada por pessoas ou circunstâncias, por isso, não precisam do apoio da sociedade. Elas são fortes, destemidas, poderosas, realizadas!
Antes que alguém me acuse de estar defendendo as mães que matam ou cometem atrocidades com os filhos após o parto, proponho pensar na prevenção. Me transfiro para o lugar da mãe desta mãe e tento compreender a dimensão da dor que deve ser perder um neto e conviver com as consequências do ato insano da filha. Sofro só de pensar!
Para que outras mulheres não passem por isso, o trabalho de prevenção começa pelo desmoronamento do castelo: a maternidade não é um mar de rosas! A mulher que pariu tem o direito de se sentir diferente do modelo-mãe-super-feliz imposto e deve ser acolhida assim mesmo - ou ainda mais. Se ela puder dizer o que sente, talvez se sinta melhor, talvez encontre caminhos, talvez fique tranquila. Talvez...
O vídeo abaixo discute outro mito relacionado à maternidade: todo mundo acha que é fácil amamentar. Mas será que é fácil para todas as mães?
Um comentário:
eu entendo essas mães, foi num momento de desespero, uma depressão muito forte, não tem como explicar, só quem já passou por isso para saber o tamanho da dor. eu por exemplo perdi duas filhas...
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