terça-feira, 8 de julho de 2008

O escafandro e a borboleta

Como a maioria dos meus leitores sabe, ir ao cinema é o meu passeio preferido, mas nem sempre é possível dar uma fugidinha. No último sábado eu e meu marido conseguimos: deixamos nossa filhota com a babá e seguimos para o Odeon. Não tivemos nenhuma dificuldade para estacionar e chegamos um pouco mais cedo: o suficiente para entrar no clima do lugar e nos preparar para uma longa viagem.

Dessa vez, a janela mágica nos transportou para o ponto de vista de um homem que havia sofrido um acidente vascular cerebral e por isso, perdeu a capacidade de realizar movimentos - exceto o abrir e fechar das palpebras. Não é nada confortável estar nessa situação, mas nos mantivemos firmes e encantados com as estratégias utilizadas pelo diretor para mostrar, por exemplo, a embaçada visão de um paciente que se encontra na horizontal e assiste como um espectador as intervenções dos profissionais de saúde do hospital onde está internado.

O tratamento médico é compatível com a realidade dos poucos seres humanos que só conhecem o sucesso. Mas isso não atenua o peso que o personagem carrega e compartilha com os espectadores. Livrar-se desse peso e criar uma leveza para dar sentido à vida, ainda que em condições vegetativas é o desafio do personagem.

Saímos leve... leve... só faltou o churros. Tem coisa melhor do que comer churros andando no centro da cidade?

* para saber mais sobre esse filme, acesse:
http://www.adorocinema.com.br/filmes/escafandro-e-a-borboleta/escafandro-e-a-borboleta.asp

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