
Parte da sociedade, educadores inclusive, age como se não tivesse nada com isso e que todo esse sofrimento é muito pouco perto do que esses marginais merecem. Mas há quem reconheça que essa situação está intimamente ligada aos nossos índices de violência e que ela incrementa ainda mais a população que em um futuro próximo sentirá na carne esse pesadelo: os que ficarão atrás das grades e os seus conexos - aqueles que embora do outro lado, permanecerão presos na rede de negligência da sociedade.
Combater os ratos, inclusive os da nossa espécie que estimulam a tortura ou montam esquemas que inviabilizam medidas de saúde e educação, é apenas uma das atribuições dos que ainda estão em liberdade e têm direito ao voto. Também há muito o que fazer antes que os nossos filhos e alunos possam engordar essa população carcereira.
Prevenir o crime começa antes do nascimento! Eu já falei aqui do período primal, que vai da concepção ao primeiro ano de vida. Pesquisas revelam que é nesse período que uma parte fundamental da capacidade de amar se desenvolve no indivíduo. Assim, mitigar os problemas associados à superpopulação carcereira deveria incluir medidas que protejam a gestante e estimulem ações nas escolas e outras instituições que cuidam de crianças e adolescentes, cuidando especialmente dos casos em que o seu período primal foi perturbado ou que apresentam comportamentos de risco de violência.
Termino com um recadinho aos membros do conselho do Ministério Público: mais importante que conhecer os números de uma realidade é agir com responsabilidade para transformá-la.
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