sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Altas Habilidades podem esconder altas dificuldades

Ontem a TV Brasil exibiu essa reportagem sobre crianças com altas habilidades:


ela revela algumas das muitas dificuldades que as crianças com altas habilidades podem enfrentar. Uma delas é a depressão pela sensação de não pertencimento. Talvez você tenha um superdotado por perto e nem saiba. Ele pode ser aquela criança estranha que se isola na sala de aula ou até na festa de aniversário dela: fechada em seu mundo, embora ávida para fazer amizades. É comum que esse comportamento esconda o medo de incomodar ou de rejeição.

No filme, o relato de uma mãe que salvou o filho prestes a se matar porque não tinha amigos me fez lembrar dos casos de suicídios que envolvem escolas, muitas delas consideradas de excelência. Estima-se que cerca de 5% dos alunos são superdotados. Nas escolas em que o ingresso depende de provas esse percentual deve ser muito maior embora não haja estudos a respeito. É que poucas pesquisas na área da educação focam a superdotação. Na sala de aula eles não costumam dar trabalho e quando dão são logo colocados nos "eixos" ou simplesmente expulsos. Uma habilidade alta pode ser útil quando ela é convertida em medalhas ou outra chancela que dê status à instituição. Mesmo assim, pouca gente está disposta a estudar para compreender um universo tão complexo. Quando um assunto não é devidamente estudado, prevalece o estereótipo. Frases como "Eu não vejo nada de superdotado nessa criança. Ela é até limitada..." dão a entender que superdotação é sinônimo de genialidade. Não é! Leia aqui se você quer entender a diferença!

Se a escola é um lugar para superar as limitações os superdotados deveriam ser acolhidos em suas potencialidades e dificuldades. Compreender, por exemplo o senso de justiça que tantas vezes é taxado de chatice, quando esse rigor poderia ser tão útil na sociedade.

Infelizmente não é só a escola que não reconhece e potencializa as crianças com altas habilidades. A criança superdotada pode não ser acolhida nem mesmo na família. Lá, muitos são ágeis para apontar as estranhezas enquanto as potencialidades são constantemente disfarçadas pelo medo de que elas gerem uma imagem prepotente: seja humilde!

Há muito mais superdotados na sociedade do que podemos supor. Se eles fossem identificados e encorajados a descobrirem abertamente suas limitações e seus potenciais, é possível que viveríamos melhor com alguns avanços que eles poderiam promover.

No Rio o Instituto Lecca tem gente muito legal pesquisando e trabalhando o potencial de crianças e jovens com altas habilidades. Sugiro que você conheça essa instituição e investigue outras  e que  as experiências delas iluminem o seu caminhar caso você queira contribuir para que o mundo seja inclusivo de fato.

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