A representação da ciência e do cientista nas telas do cinema foi o foco que usei na minha dissertação de mestrado. Pena que naquele tempo eu não havia visto uma brilhante cena de "O encouraçado Potemkin" de Sergei Eisenstein em que os marinheiros se revoltam com a baixa qualidade dos alimentos que recebem. Nesta cena, os trabalhadores reclamam do mal cheiro da carne e um médico é chamado para dar o parecer sobre o problema. Embora todos reclamem, o detentor do saber afirma que a carne poderia até sair andando, de tão nova. Na sequência, Sergei usa os óculos desse personagem com maestria. Dobrando os óculos e aproximando-os da carne, o espectador se depara com inúmeras criaturas esbranquiçadas. Mas o doutor explica: "não são vermes, são larvas de moscas que saem com salmora". E assim, ele sai de cena ao lado do capitão do navio, reforçando de que lado a ciência costuma estar. Como em "Encouraçado", quantas vezes a opinião de cientistas foram usada como legitimação da precária condição de vida em que a massa é submetida?
Não encontrei a cena para compartilhar aqui, mas deixo outra cena que mostra outra força "superior" e a fragilidade que temos diante dela.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
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