Imagina você, sendo acordado no meio da noite por sua mãe, já falecida, ordenando que jogue na loteria. Foi o que aconteceu com meu querido amigo Sandro. No dia seguinte, ele saiu cedo para trabalhar, perturbado com os números ditados pela mãe. No final do dia, Sandro conseguiu chegar a tempo na lotérica para fazer o jogo. Ao sair da lotérica, uma mulher, que embora não seja nenhuma santa, chamaremos de Maria, implorava ao dono da loja que permitisse que ela fizesse o jogo pois a mãe dela havia lhe aparecido em sonho ordenando que ela jogasse. Sandro, atordoado pela coincidência acabou sendo convencido por Maria a vender um de seus oito bilhetes.
Não tardou para que a gerente da lotérica ligasse para Sandro solicitando que ele levasse os bilhetes até ela, mas quis o destino que o bilhete premiado fosse aquele vendido para Maria. Sandro desesperado, torcia para reencontrar Maria, o que não demorou para acontecer. Ele conta que nesse dia, correu de braços abertos até Maria dizendo "ganhamos!”, mas a ex-simpática mulher respondeu: “Ganhamos não! Eu ganhei. Eu comprei o bilhete". Essa materialização do pesadelo continuou quando Maria, voltou a procurá-lo. Ao contrário do que supunha sua ingênua esperança, ela não havia reconhecido que ele merecia a metade do prêmio, mas desejava que ele administrasse a fortuna dela, para isso poderia fixar o próprio salário.
Segundo Sandro, ele multiplicou 400 X o patrimônio de Maria, mas ela perdia muito dinheiro com relacionamentos duvidosos. Até que um dia, Maria deu sua última cartada: pediu Sandro em casamento. Essa foi a senha para ele se livrar de Maria para sempre.
Enquanto eu ouvia a história, fiquei viajando na idéia de que as mães de Maria e Sandro eram amigas no além. Depois me lembrei que não acredito que após a morte seja possível manter contato com os vivos. E mais: acredito em Deus. Então concluí que Deus usou tanto a figura da mãe de Sandro, como a de Maria: a mãe lhe trouxe a sorte, Maria o trabalho e a paciência. Sem o dinheiro, na quantidade suficiente para que ele vivesse com dignidade; sem o trabalho que permitiu conviver com experiências e pessoas interessantes e sem a paciência que precisou adquirir para conviver com Maria, Sandro não seria o ser humano que é.
“Tudo coopera para o bem de quem ama a Deus".
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