Hoje quero apresentar algumas reflexões realizadas durante uma aula na minha turma do nono ano - ensino fundamental. Comecei entregando para a turma duas tabelas. Em uma delas havia uma relação de "coisas para o bebê" e os alunos deveriam classificar essas coisas como: fundamentais, importantes ou dispensáveis. Precisei explicar o significado de três ítens analisados: enxoval, pré-natal e estímulo. Dúvidas como essas confirmaram o quanto era oportuno discutir esse tema nessa turma. A segunda tabela apontava algumas necessidades dos adolescentes e os alunos também precisavam classificá-las, usando o mesmo critério da tabela anterior. A idéia dessa atividade é mostrar ao jovem como as prioridades de uma criança muitas vezes se chocam com o momento de formação vivido na adolescência.
Logo no início da discussão, uma das alunas levantou a lebre: os pais ficam bravos ao tomar ciência da gravidez, mas depois acabam se apaixonando com a criança. Nesse momento, aproveitei para falar com a turma sobre um estudo canadense que comparou índices de criminalidade e doenças crônicas entre dois grupos de indivíduos que ficaram órfãos de pai: o primeiro grupo durante a gestação e o segundo grupo entre o nascimento e o primeiro ano de vida. Esse estudo revelou que o risco era consideravelmente maior para os indivíduos que perderam o pai enquanto ainda estavam sendo gerados. Os dados desse trabalho sugerem que aquela antiga idéia de não contrariar as mulheres grávidas faz sentido.
Ora, se é verdade que podemos prevenir crimes e doenças graves ao garantir que as mulheres estejam emocionalmente bem enquanto gera o seu filho, não basta que a família aceite a criança após o seu nascimento. Foi interessante pensar junto com os meus alunos sobre os impacto social gerado pelo sofrimento das adolescentes grávidas que enfrentam as brigas na familia, a ausência de seu companheiro e/ou a falta de dinheiro para custear a gestação e o nascimento de seu filho. Concluímos que os adolescentes devem sim cuidar para que a gravidez não ocorra, mas como o risco é real, o apoio e a proteção das gestantes, independente de sua faixa etária, são fundamentais.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
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