quarta-feira, 22 de maio de 2013

Uma aula pra falar de Sexo, Homofobia e Respeito

Hoje eu estava conversando com os meus alunos do oitavo ano da Escola Municipal Estácio de Sá sobre sexualidade e vou tentar postar aqui um pouco dessa experiência:

Sexo é uma das melhores invenções da Natureza. Além de um momento privilegiado de troca de carinho, pode resultar na formação de um novo indivíduo, que compartilhará características dos dois amantes! Isso é mesmo incrível.


Por outro lado, sexo pode ser algo perverso, nojento, terrível... quando uma das partes não estiver realmente a fim. Nesse caso, existem duas possibilidades: o estupro ou a autoflagelação. No estupro, o agressor usa a força para obter o que deseja. Essa força pode ser física - como acontece com o abuso de crianças, idosos ou pessoas frágeis. Mas existe também a força psicológica - a persuasão obtida por chantagem, ameaças ou outras artimanhas que tornem o outro vulnerável. Na autoflagelação, o indivíduo despreza a vontade do seu próprio corpo e se entrega, ainda que não queira estar ali. Em todos esses casos, o ato sexual implica em dores. Dependendo da gravidade, a dor física  pode não trazer problemas futuros à vítima. Já as dores psicológicas, de tão profundas, podem impedir que o indivíduo viva a sua sexualidade, mesmo quando ele está ao lado de alguém que o ama. Por isso, a vítima de abuso sexual deve receber todo apoio para que possa se recuperar emocionalmente.

Houve um tempo em que as pessoas se casavam por imposição cultural ou social. Nessa época, o sexo para "cumprir a obrigação" era considerado normal. Quantos casais, "casadíssimos", não viveram momentos de estupro e autoflagelação?

Felizmente, essa nova geração, pode escolher alguém por quem ele ou ela cultive um profundo respeito e que seja admirável. O melhor momento para viver a sexualidade é quando nos sentimos plenamente preparados para viver intensamente essa  relação e, se não, esperar o momento oportuno. A precipitação e o despreparo para controlar os desejos pode comprometer a noção do limite e do auto-controle: na condiçãode abusador, a pessoa terá que responder pelos atos sexuais criminosos; enquanto que na condição de vítima pode ser necessário enfrentar problemas como doenças sexualmente transmissíveis ou gravidez indesejada.

Quando a sexualidade é cercada de repeito, maturidade e carinho, é bom que também exista o cuidado com o outro. Sair falando da vida sexual pode ser nocivo, tanto para a imagem de quem fala, como do ou da parceiro(a). A intimidade é algo tão sublime que deve ser preservada. Do mesmo modo, deve ser repeitada a opção sexual das pessoas.

A homofobia não pode ser tolerada na escola - até porque o Código Penal brasileiro prevê duras sansões para essa e qualquer outra prática discriminatória. Infelizmente a escola tem sido um espaço de zombaria para alunos que assumem sua condição homossexual ou para quem se relaciona com eles. Cabe aos educadores, com a parceria das famílias, combater o desrespeito com a coragem de quem quer transformar o mundo. Até porque, os jovens que difundem a homofobia poderão pulverizar ainda mais a violência: morrendo, matando ou aumentando ainda mais o número de presidiários. Não é esse o futuro que sonhamos, não é mesmo?





Nenhum comentário: