Defendo a guarda compartilhada porque penso que carinho se constrói com a convivência. O pai que acorda a noite quando o filho chora, lê histórias com entusiasmo, limpa a meleca, dá bronca quando precisa, leva ao cinema, enfrenta uma pirraça, busca na escola... está aos poucos dando um nó mais forte na intimidade com seu filho, ou filha e esse laço pode ser fundamental no futuro de ambos.
Por outro lado, o pai que por imposição ou vontade fica de longe ou aparece de vez em quando com aquela cara de estar ali por obrigação, pode estar construindo um relacionamento superficial e cheio de lacunas. Por isso, independente de quem tem a guarda, vale definir uma regra clara para a visitação. Aprendi recentemente que isso é imprescindível para que a minuta da separação seja aceita pelo Ministéio Público e consequentemente para que o divórcio seja homologado pelo juiz! Essa regra inclui a fixação das responsabilidades no período de férias escolares e outras datas festivas.
Embora a maioria das mulheres separadas não saibam, a lei brasileira estabelece, assim como a pensão, o cumprimento do dever moral. O abandono moral traz severas sequelas para uma criança e a sociedade tem a obrigação de evitar esse abandono.
Um recado aos homens: se você se separou e sua mulher ficou com a guarda, apresente por escrito uma proposta de visitação generosa, que defina o número de dias e/ou horas de modo razoável para os três: não permita que a mãe dos seus filhos se sinta sobrecarregada e nem que os seus filhos fiquem negligenciados. As suas atitudes e a sua presença vão mostrar para os seus filhos que eles continuam sendo o seu maior tesouro.
O processo de separação é sempre doloroso, principalmente para os filhos. Na dor nem sempre raciocinamos bem, por isso, antes de assinar a minuta da sua separação o ex casal deve estar certo de que a criança está amparada pela lei e que não apenas os direitos materiais dela foram resguardados. A sociedade deve zelar pelos direitos morais da criança: não podemos impedir que o pai ou a mãe viva a vida que escolheu, mas é preciso garantir que o filho continue parte da vida dos dois. Essa história de "na hora H, filho não tem pai" é coisa de gente que não é do bem. Porque quem é não negligencia. Muito menos os filhos.
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