Nos últimos dias tenho aproveitado o pouco tempo que sobra da deliciosa tarefa de lamber a minha cria, alimentado a página da minha produtora: www.facebook.com/CantarEContar.
É a oportunidade para expor em detalhes o trabalho que a nossa equipe desenvolve com tanto carinho em festas de aniversário descoladíssimas e nas melhores escolas do Rio de Janeiro. Temos atuado principalmente no Ensino Infantil, levando música e literatura para as crianças. Visite, curta, contrate, comente e divulgue a
afinal, "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar!""
"A nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa as janelas de nossas casas."
Samuel Rosa/chico Amaral
Hoje fiquei pensando naquelas pessoas que dão asas à indignação. Gente como a mulher que aparece no vídeo abaixo e que, depois de assistir inúmeros acidentes, inventou um modo seguro para limpar janelas.
Ou como o grupo de amigos que montou um site para que as pessoas tivessem a chance de adotar um animal que sofreu abandono, ao mesmo tempo em que previne novos abandonos. Tem também as pessoas que desenvolveram o hábito de patrocinar boas ideias, fazendo acontecer projetos legais que poderiam acabar na gaveta. E o que dizer da iniciativa da Novo Ciclo que premia as pessoas que separam o lixo para a reciclagem?
Atitudes como essas são inspiradoras e nos fazem pensar: porque ninguém pensou nisso antes? Talvez outras tenham pensado, mas faltou iniciativa e "acabativa". O vídeo abaixo é uma lição dessas duas premissas:
Caso você pense: "porque essas coisas não acontecem perto da minha casa?", sugiro que faça acontecer. Iniciativas que mudam o mundo podem e devem ser pulverizadas.
As escolas podem e devem acolher estudantes com síndromes de Down. Para combater o preconceito, os educadores podem contar com materiais como esse:
É claro que a inclusão não é uma tarefa fácil: nesse relato quero encorajar meus colegas de
trabalho que estão encarando esse desafio. Na turma da minha filha há uma criança com a
síndrome de Donw: o Rafa. Levou um tempo para nos adaptarmos, como
deve acontecer quando ganhamos um filho assim. Já publiquei aqui no
blog um relato lindo da mãe do Rafa contando como foi a chegada do Rafa na vida dela. Mas não
tenho palavras para dizer o presente que foi conhecer essa criança e
os pais dela, o biólogo Carlos Figueiredo e a arquiteta Carla
Codeço. Aprendo com eles sempre e compreendo que a luta que eles
travam em favor da inclusão é para que as crianças que não
possuem a síndrome tenham a chance de conviver, sem medos ou
reservas com aquelas que possuem. Se um dia minha filha tiver uma
criança com Donw, é possível que ela não sofra tanto como a mãe
do Rafa ao receber a noticia.
No tempo da Carla, como no meu e talvez
no tempo da maioria dos meus leitores, essas crianças ficavam
fechadas em instituições especiais e só costumavam aparecer em
programas sensacionalistas que nos faziam chorar de pena e rezar para
nunca ter um filho assim. Me lembro que quando eu ouvia algum pai
dizendo que o filho com Donw foi um presente, eu pensava: ou ele quer
se consolar ou esta maluco!
Hoje
eu tenho a exata dimensão do que é isso, porque o Rafa é uma
dádiva! Tenho certeza de que ele será um grande homem: dentre
outras coisas pela linda família que tem, pelo carinho que recebe e
oferece e, também, pela excelência da equipe pedagógica que não
só o acolheu, mas segue pesquisando e estimulando para que ele
desenvolva todo potencial que tem. Se um dia houve alguma preocupação
com o conteúdo pedagógico, hoje há um reconhecimento dos pais da
turma que é possível garantir aprendizagem de qualidade, sem abrir
mão da vivência com a diversidade. Por isso desejo força para os
educadores que assumirem essa tarefa e melhores condições de
trabalho para que possam aproveitar as delicias dessa convivência. Também desejo que os pais sejam parceiros da escola, que confiem nos educadores de seus filhos e que estejam abertos para conviver e aprender com as famílias dos estudantes com síndrome de Donw. Na natureza, diversidade é sinônimo de riqueza. Na escola também!