quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os sem línguas

Esqueci de contar pra vocês que no aeroporto Tom Jobim, ao fazer o checkin da minha passagem para Londres, descobri que não existe o botão "português" naquelas máquinas que foram criadas para acelerar o processo do embarque. Fiquei sem entender a razão, de no território brasileiro, a língua pátria  não ser uma opção.

 Será que eu sou a única brasileira com restrições de leitura em línguas estrangeiras? Não creio. Quantos brasileiros estão viajando hoje, ainda que não tenham tido a chance de estudar em escolas bilingües, ou não tenham vivido experiências de  intercâmbios, nem tiveram professores de línguas em cursos particulares?

 Porque fingir que essas pessoas  não existem? Vergonha nacional é a educação que a maioria dos brasileiros têm acesso e não essas pessoas que corajosamente enfrentam suas limitações e ajudam a manter a industria do turismo, movimentando milhares de dólares.  Onde estão as autoridades que deveriam garantir a inclusão da nossa língua no território brasileiro e criar programas de tradução em prol da cidadania do turista no Brasil e no exterior?

Eu viajo sim, sem medo ou vergonha por não dominar esse ou aquele idioma. E quando digo que sou brasileira, costumo ser brindada com um sorriso. Linguagem essa em que todos os povos se entendem!


Um comentário:

Beto Ribas disse...

Sempre acreditei que a linguagem é a identidade de um povo. Quando conseguimos uma boa fluência num idioma estrangeiro, conseguimos de alguma forma captar algo de sua essência e assim podemos sentir um pouco a cultura local. Mas considero um absurdo em um país continental como o Brasil as instituições reguladoras de turismo e transportes não exigirem que as empresa estrangeiras de aviação implementem em seus sistemas operacionais a língua portuguesa. Turistas são cidadãos do mundo, pois pagam impostos por onde passam e no Brasil também há turismo interno em grande escala. Muitas famílias sobrevivem o ano inteiro do turismo interno e externo. Quando um brasileiro viaja para o exterior, o primeiro direito que deveria ter é o de entender as instruções em português, pelo menos nos aeroportos brasileiros. Os programas de tradução já são batidos e implementar a língua portuguesa nos terminais das empresas estrangeiras é uma questão de respeito ao Brasil. Se o órgão regulador brasileiro não exige, o povo que aprenda a língua estrangeira, comprando dicionários, estudando com professores nativos e facilitando tudo. O mais incrível nisso tudo é essa menina linda partir com a coragem digna de um cidadão do mundo para um país estrangeiro e através de um sorriso abrir portas para a comunicação. O sorriso é mais poderoso que qualquer Organização Mundial, ou seja, ser gentil á uma linguagem universal muito bem entendida entre pessoas de boa vontade. Ainda viverei essa experiência...